Doações da CDA para a campanha de Roseana Sarney |
do Blog do Garrone
(com acréscimo)
Trinchão e Roseana são acusados de estarem no comando da organização criminosa que desviou mais de R$ 400 milhões dos cofres do Estado |
Embora
nas denúncias Cível e Criminal contra o ex-secretário da fazenda, Cláudio
Trinchão e o seu adjunto, Akio Valente, no caso das isenções fiscais promovidas
durante o governo Roseana Sarney, o Ministério Público não tenha vinculado o
desvio de dinheiro Público, estimado em R$ 410 milhões, ao financiamento de
campanha, levantamento feito pelo blog na lista de doadores da então candidata
à reeleição, em 2010, mostram a estreita relação entre esses benefícios,
considerados criminosos pelo MP, e as generosas contribuições eleitorais.
A
Companhia de Distribuição Araguaia (CDA), que tem origem em Goiás e está entre
as 190 empresas agraciadas a não pagar ICMS, sem que nada assim o justifique,
segundo as denúncias, foi a maior doadora privada da campanha de Roseana
Sarney, com R$ 1,5 milhão de reais.
Em
troca, a empresa foi beneficiada com o maior privilégio entre aqueles já
concedidos no Maranhão. Seu advogado era Jorge Arturo Mendoza Reque Júnior,
acusado de compor a organização criminosa ao lado, dentre outros comparsas, da
ex-governadora, do ex-secretário da Fazenda Cláudio Trinchão, responsável pelo
desvio de R$ 1 bilhão de reias, acrescentado o esquema das compensações
tributárias, e ex-sócio do ex-adjunto Valente, outro acusado.
Por
meio do Regime Especial em 09 de junho de 2011, o então secretário Trinchão, concedeu-lhe
carga tributária nula, ou seja, não havia pagamento de ICMS para diversos
produtos por ela comercializados no estado pelo resto da vida.
Para
completar o agradecimento da milionária doação de campanha, o governo também
beneficiou em 13 de março de 2012, pelo resto da vida, outra empresa, a COMTRAL–
Comércio de Transporte e Alimentos, que faz parte, junto com a CDA, da holding
Correa Borges Participações Ltda.
A COMTRAL
possuía como sócios Rosane Aparecida Borges Gomes e Ricardo Correa Borges,
também sócios da referida holding e com o mesmo sobrenome de um dos donos da
CDA, Osvaldo Correa Borges.
Ficha criminal
Enquanto
no Maranhão, a CDA era recompensada pelo investimento na campanha de Roseana,
no vizinho estado do Piauí, onde não teve a mesma regalia estatal, ela resolveu
agir diretamente contra o consumidor piauiense.
Em 28
de novembro de 2014, o juiz da 6ª Vara Criminal da Comarca de Teresina,
Raimundo Holland Moura, aceitou denúncia do Ministério Público contra a empresa
por comercializar o arroz “Da Patroa”, cuja embalagem continha especificações
qualitativas falsas, de acordo com as investigações da Delegacia Especializada
de Crimes Contra a Ordem Tributária, Econômica e Contra as Relações de Consumo
(Deccortec).
Já no
nosso estado não foi somente a patroa que foi alimentada pelos esquemas de
isenções fiscais.
Ao
contrário do que afirmou o advogado de Cláudio Trinchão, Ulisses Sousa, em
entrevista ao programa Resenha levado ao ar no último sábado, dia 12, pela TV
Difusora, a campanha do ex-secretário em 2014 também foi abastecida por doações
oficiais das empresas beneficiadas.
Conversa de advogado
Em 18
de outubro de 2013, a Novo Mundo Amazônia Móveis e Utilidades, empresa de
varejo, foi premiada com o Regime Especial.
Um ano
depois, ele recebeu a doação oficial de R$ 50 mil reais da Martins Ribeiro
Participações Ltda, holding que administra a Novo Mundo.
Mas
pelo volume de campanha a deputado federal de Cláudio Trinchão, que arrematou
mais de 80 mil votos, desconfia-se que ele foi financiado por baixo dos panos,
o que é objeto de investigação da Força Tarefa instaurada pelo Ministério
Público.
Edinho Lobão agradece a Cláudio Trinchão o apoio na campanha de 2014 |
Prática Contumaz
Outro
candidato do grupo Sarney, que levou uma nota do esquema, foi Edinho Lobão,
quando disputou o governo do estado em 2014.
Com a
mesma dissimulação entre empresas do mesmo grupo, o herdeiro do senador Lobão,
recebeu em 6 de agosto de 2014 a doação de R$ 500 mil reais da Dimensão
Engenharia, de propriedade de Antônio Barbosa Alencar, o mesmo dono da Aço
Engenharia, empresa parabenizada com a isenção fiscal em 2013.
Em
julho de 2016, o Barbosa da Dimensão, como é conhecido, foi preso pela Polícia
Federal na Operação Liliput, acusado de corrupção ativa e passiva e crimes
contra a ordem tributária, dentre outros.
Ministério Público diz que dinheiro foi usado em campanhas eleitorais
Em
entrevista ao programa “Comando da Manhã”, na Rádio Timbira, no último dia 8, o
promotor Paulo Ramos, chegou a dizer que recursos desviados pelo esquema
criminoso montado na Sefaz foram utilizados também para bancar campanhas
eleitorais.
“Foram
milhões desviados que poderiam ter sido aplicados adequadamente na saúde,
educação e infraestrutura, mas serviram para alimentar os bolsos desses
larápios que desviaram dinheiro público. Recursos também para alimentar
campanhas eleitorais”, disse o promotor.
A expectativa é que, comprovada a fraude no não recolhimento do ICMS, a Justiça deixe muitos empresários e políticos fora de circulação!
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