Carlos
Madeiro
Colaboração
para o UOL, em Maceió
O advogado Márlon Reis |
O
advogado eleitoral e idealizador da Lei da Ficha Limpa, Márlon Reis, afirmou
nesta segunda-feira (31) que os gastos não declarados em prestações de contas
dos candidatos, o conhecido "caixa doi"s, foi reduzido em 2016 com a
nova legislação --que vetou a doação de empresas a candidatos e partidos.
Para
ele, a maior vigilância de órgãos de fiscalização e do próprio eleitor causou
receio a candidatos e partidos.
"Afirmo
que houve queda baseado na observação da realidade. Houve uma evidente redução
dos valores disponíveis --o que fez também baixar a intensidade das campanhas.
Se o caixa dois estivesse sem controle, atingindo níveis alarmantes, nós
veríamos campanhas opulentas, e prestações de contas revelando movimentações
financeiras baixas, e não ocorreu isso", disse à reportagem do UOL.
Reis
afirma que o modelo experimental adotado nas eleições de 2016 foi deve ser
comemorado, mas assegurou que a mudança de patamar para eleições livre de
corrupção eleitoral ainda necessidade de tempo.
"Não
podemos achar que a cultura política muda de uma hora para outra. Porém, esse
passo [de proibir doações de empresas] foi importante. Precisamos de eleições
mais modestas; e isso nós tivemos, foi possível testemunhar Brasil afora. Erros
existiram, claro, mas as campanhas foram modestas, e isso não é um valor que
merece não só ser ser comemorado, como aprofundado", disse.
Sobre
a compra de votos por candidatos, o advogado afirma que não acredita em
aumento, ou redução nessa eleição. Para Reis, com a nova lei, os casos foram
mais percebidos e denunciados.
"As
classes suscetíveis a essa prática se submetem a esse tipo de outorga do voto
independente do sistema. A compra sempre ocorreu em níveis alarmantes. Só que a
prática era pouco observada porque ficava obscurecia por campanhas
hollywoodianas e milionárias. Agora, com as campanhas mais baratas e cruas, o
fator compra de voto passou a ter mais visibilidade", afirmou.
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