Sob cerco cruzado em decorrência do avanço das investigações sobre corrupção, em particular no Supremo Tribunal Federal, Michel Temer anuncia que pode vetar proposta de anistia ao caixa 2.
Afonso Florence (PT-BA) disse que é
inverídico a informação de que parlamentares petistas sejam favoráveis à
proposta.
Daiene
Cardoso
O
Estado de S.Paulo
Brasília - A oposição reagiu neste
domingo, 27, às declarações do presidente Michel Temer de que não haverá apoio
por parte do governo a qualquer iniciativa para aprovar eventual anistia a
caixa 2 de campanhas eleitorais na votação do pacote anticorrupção. "As
duas recentes tentativas de aprovação de anistia ao caixa 2 são de
responsabilidade exclusiva da base de apoio a Temer", acusou o líder do PT
na Câmara, Afonso Florence (BA).
Em nota, o petista afirma que, às
vésperas de sair o acordo de delação premiada da empreiteira Odebrecht, a base
governista intensificou o movimento para aprovar a medida e que, diante do
desgaste, tentou compartilhar a aprovação da proposta com o PT.
"Sob cerco cruzado em decorrência
do avanço das investigações sobre corrupção, em particular no Supremo Tribunal
Federal, Michel Temer anuncia que pode vetar proposta de anistia ao caixa 2. O
que ele não diz é que nas duas tentativas de aprovar a matéria o PT se negou a
assinar a emenda proposta por parlamentares da sua base. E, por isso, parte da
sua base não sustentou a defesa da anistia e sua maioria não conseguiu, sequer,
levar a proposta à votação. O fato é que a articulação para aprovação da
anistia ao caixa 2 foi de parlamentares da base de Temer", destaca a
mensagem.
Florence declarou que a bancada não vai
apresentar nenhuma proposta que signifique anistia ao caixa 2 e que não
assinará nenhuma emenda do gênero. Ele disse que é inverídico a informação de
que parlamentares do PT que não assinaram nota contrária à votação da anistia a
caixa 2 sejam favoráveis à proposta.
Geddel
A líder da minoria na Câmara, Jandira
Feghali (PCdoB-RJ), chamou de "espetáculo lamentável" a entrevista
coletiva de Temer, onde deu sua versão sobre o episódio envolvendo os
ex-ministros Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e Marcelo Calero
(Cultura). A deputada avisou que a partir de amanhã, 28, a oposição vai tomar
"medidas concretas para enfrentar esse governo que se autoaniquila a cada
dia". Os oposicionistas afirmam que o presidente da República cometeu
crime de responsabilidade por ter atendido a "interesses privados" do
ex-ministro.
Geddel pediu demissão do cargo após
Calero dizer à Polícia Federal que o presidente interveio em favor dos
interesses privados do peemedebista. Segundo Calero, Temer pediu para que ele
resolvesse o impasse na liberação do empreendimento imobiliário em Salvador
(BA), onde Geddel comprou um apartamento.
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