Em oito meses, Força Estadual de Saúde
faz mais de 300 mil atendimentos e reduz mortalidade infantil em 47,5%
“Eu tenho muita crença nesse trabalho
que vocês vão fazer ano que vem porque vocês vão continuar salvando crianças e
mães. Vocês são heróis do povo do Maranhão”. Com essa declaração, o governador
Flávio Dino definiu o trabalho realizado pela Força Estadual de Saúde (Fesma)
nos 30 municípios do Plano ‘Mais IDH’.
Na manhã desta terça-feira (20), os 120
profissionais da Fesma participaram do Encontro Anual para avaliação dos
trabalhos em 2016, que acumulou resultados significativos como a redução de
47,5% da mortalidade infantil e 83% da mortalidade materna.
A Força Estadual de Saúde, coordenada
pelas Secretarias de Estado Extraordinária de Articulação das Políticas
Públicas (SEEPP) e da Saúde (SES), atuou de forma destacada nos 30 municípios
mais pobres do estado, de acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano
Municipal (IDH-M).
Ao todo, os profissionais da Fesma – médicos, enfermeiros,
assistentes sociais, educadores físicos, farmacêuticos, fisioterapeutas,
fonoaudiólogos, nutricionistas, odontólogos, psicólogos e terapeutas
ocupacionais – realizaram mais de 300 mil atendimentos e conseguiram alcançar
áreas e pessoas jamais assistidas pelo poder público no Maranhão.
Em seu discurso de agradecimento aos
profissionais da Fesma, pelos resultados obtidos em 2016, o governador Flávio
Dino destacou que essa inovadora iniciativa é fruto de um posicionamento do
Governo, que transcende a crise econômica e as obras de concreto e asfalto.
“Tradicionalmente era melhor pegar esse dinheiro e construir mais um hospital.
Talvez, eu seria até mais compreendido. Mas esse não é o certo. É melhor
trilhar o caminho certo. Ainda que você seja vítima transitória de
incompreensões. Por isso que nós estamos gastando o dinheiro público nas coisas
que realmente a gente acredita. A Fesma é um desses produtos de cuidar das
pessoas. Uma resposta para o problema da saúde no Brasil e no Maranhão”,
pontuou o governador.
De acordo com o governador, fazer parte
da Força Estadual de Saúde sobrepõe o cumprimento do dever por se tratar de uma
missão que tem como objetivo uma fruição coletiva, a busca pela justiça social.
Ele explicou que no Maranhão e no Brasil há o histórico de que o Estado só
chegava à casa das pessoas pobres se fosse por intermédio da polícia, realidade
que está mudando com a atuação da Fesma.
O governador agradeceu também a
diminuição da mortalidade infantil e materna alcançada no primeiro ano de
atuação da Fesma. Para ele, só quem já sentiu a dor de perder um filho sabe a
importância que tem salvar a vida de uma criança.
“Quando a gente fala de redução de
mortalidade infantil, há quem fique analisando se reduzir de 101 para 48 é
muito ou pouco. Uma vida de uma criança poupada é um índice de sucesso ou de um
fracasso de um Governo, porque é um índice de sucesso ou de fracasso de uma
vida. Então, quando uma coisa como essa, uma inovação como essa, produz esse
efeito já valeu a pena. Porque pouco importa se era 50 ou 48 crianças. Fosse
uma já teria valido a pena. Por isso, eu quero agradecer muito a vocês, em nome
desses pais e dessas mães”, disse o governador.
A atuação da Fesma tem foco na
diminuição da mortalidade infantil (crianças de zero a um ano de idade), da
mortalidade materna (óbitos relacionados ao parto), das internações por
complicações do diabetes e hipertensão, e na identificação e tratamento da
hanseníase, com resultado em curto e médio prazo.
De abril até dezembro, mais de 300 mil
atendimentos já foram prestados nos 30 municípios. Mas o trabalho da Fesma
ultrapassa os números de atendimentos. Após análise do Sistema de Informação
Sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde (MS), comparando os dados de
2014, 2015 e 2016, os números de mortalidade infantil diminuíram em 47,5%, e a
mortalidade materna caiu 83%, ambos em 2016 (de janeiro até a primeira quinzena
de dezembro).
O secretário da SEEPP, Marcos Pacheco,
ressaltou que em seu primeiro ano de atuação a Força obteve sucesso nas
intervenções estratégicas como a regionalização resolutiva e hierarquização
assistencial e o fortalecimento da atenção primária. Ele explicou que a
mortalidade infantil no Brasil todo está diminuindo de forma lenta, sem
políticas específicas para a área da saúde, mas no Maranhão a queda de 107
casos, em 2014, para 48 em 2016 demonstra que os métodos diferenciados da Fesma
estão surtindo efeito.
“Com apenas oito meses a gente já vê
resultados importantes. Isso já projeta uma redução para os municípios aonde
eles vão. Para 2017 está proposta a atuação dos profissionais em mais
municípios. Essas equipes trabalham com metas, com métodos diferenciados isso
faz com que se evite os óbitos”, explicou Marcos Pacheco.
O farmacêutico que atua em Belágua,
Leandro Moraes, enfatizou que, além do caráter do cuidado com as pessoas, a
Força Estadual de Saúde tem um efeito educativo e será importante para o resto
da vida de todas as pessoas atendidas. “Nós estamos levando saúde na casa das
pessoas. Elas têm muito essa cultura de não se cuidarem. Quando vamos lá, vamos
resolver aquele problema que a pessoa tem. Com aquela educação, com o conhecimento
que estamos levando a comunidade, elas começam a se cuidar mais”, sublinhou.
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