Várias regiões do País registram
manifestações que se opõem à proposta que limita o gasto público à inflação;
medida foi aprovada no Senado e segue para sanção presidencial
O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - Manifestantes protestam nesta
terça-feira, 13, contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que
estabelece um teto para o aumento dos gastos públicos. A medida, principal
pilar do ajuste fiscal do governo Temer, foi aprovada em segundo turno no
Senado e deve ser sancionada na quinta-feira, 15.
Várias cidades pelo País registraram
atos. Em São Paulo, a Frente Povo Sem Medo e a Frente Brasil Popular organizam
um ato na Avenida Paulista. No Rio, além do ato contra o pacote de austeridade
do governo Estadual, também houve protestos contra a PEC do Teto. Em Recife
(PE), estudantes queimaram pneus e interditaram uma via. Em Porto Alegre (RS),
estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul também protestaram
contra a proposta.
Em Brasília, a PM estima que 5 mil
pessoas participaram do ato. Durante o protesto, paradas de ônibus foram
quebradas e vários carros foram depredados. Até às 19h30, havia registro de
cinco manifestantes detidos e cinco policiais militares feridos.
Segundo a PM
do Distrito Federal, o grupo de manifestantes foi acompanhado por cerca de 2
mil homens da polícia. Para dispersar os grupos em alguns pontos, foram usadas
bombas de efeito moral.
Durante a ação, grupos caminharam da
zona central em direção à região da Asa Norte.
No caminho, manifestantes
interditaram ruas, depredaram equipamentos públicos e ainda queimaram um
ônibus. Houve corre-corre em vários momentos e, no embate entre manifestantes e
policiais, cinco PMs ficaram feridos por pedras, bolas de gude e até com uma
peça de concreto usada como guia de rua. Os policiais estão no Hospital de
Base.
Muitos se deslocaram em direção à sede
da TV Globo em Brasília, mas foram dispersados pela polícia. Após a dispersão
do grupo, vários manifestantes foram em direção à concessionária Citroën Matignon. Lá, 16 carros foram depredados.
"De repente, vieram em nossa direção. Era cerca de 150 e começaram a jogar
pedras e a subir nos carros. Você fica acuado, não tem política, não tem nada.
Só conseguiram prender cinco", diz o diretor geral da concessionária,
Orlando Arrifano.
Na quadra onde moram muitos deputados, a
302 Norte, apenas um de plantas e uma câmara de vigilância foram quebrados.
"Ainda vem que eles não sabiam que aqui moravam deputados", disse um
policial legislativo que faz a segurança dos prédios.
Entre os manifestantes, pelo menos cinco
foram detidos, segundo a PM. Dois foram presos por participar do ataque ao
ônibus queimado, dois por portar objetos que teriam sido usados para agredir
policiais e um quinto por portar pequena quantidade de maconha.
Segundo a PM, os manifestantes eram
jovens, muitos ligados a movimentos estudantis de esquerda. Mas também havia
punks, anarquistas e até membros de entidades sindicais, diz a PM do DF. /COM
FÁBIO FABRINI
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