O Maranhão é o estado brasileiro com
menor déficit de vagas no sistema carcerário: 19,5%. Os dados são do
levantamento feito pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ainda de acordo com
o Conselho, o Estado dispõe atualmente de 6.919 vagas em todos os
estabelecimentos prisionais, com 8.270 internos.
O ranking dos déficits apresenta dados
relativos para cada estado. Nesse caso, considera-se o total de presos e o
total de vagas em cada estado e o seu respectivo déficit proporcional.
Pernambuco lidera a lista com um déficit de mais de 200%. Ou seja, para cada
vaga disponível nos presídios e delegacias do estado existem três presos. O
Distrito Federal vem em segundo lugar com um déficit proporcional de 94%. Em
todo país, a média é de 63%.
Uma série de investimentos foi a
resposta do atual Governo do Estado para a superlotação que se arrastou por
décadas no sistema prisional do Maranhão. Todas as ações realizadas são
pautadas na Lei de Execuções Penais (LEP), e visam melhorar o sistema
carcerário do Estado, dispondo de condições apropriadas para a permanência dos
internos. Em apenas seis meses, o Estado concluiu a construção de seis
presídios das cidades de Açailândia, Balsas, Imperatriz, Pedreiras e Pinheiro.
Segundo o secretário de Administração
Penitenciária (Seap), Murilo Andrade de Oliveira, o cronograma de obras de
novas unidades do sistema prisional, que faz parte do Termo de Compromisso
firmado em junho de 2015 entre o governador do Maranhão, Flávio Dino e o
presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Enrique Ricardo
Lewandowski, já foi cumprido em boa parte. “São obras de reforma, ampliação, e
construção de novas unidades prisionais, no interior do estado, para combater a
superlotação. Das 1.840 vagas propostas, até o momento, já foram abertas 946
novas vagas no sistema prisional maranhense (51%)”, destacou o secretário.
“As unidades prisionais do interior não
eram dignas de um ser humano cumprir sua pena. Hoje, ao contrário, mesmo com
todas as dificuldades, a realidade é outra. E não me refiro apenas à parte
estrutural, mas principalmente ao cuidado e ao profissionalismo que os
servidores têm com os internos. A prova disso é que, em vez de rebelados,
nossos internos estão trabalhando”, destacou o titular da Seap.
Revitalização do Complexo Penitenciário
São Luís
Com a mão-de-obra dos próprios internos,
que trabalham na fábrica de blocos de concreto, o antigo aglomerado prisional
conhecido como ‘Pedrinhas’ foi pavimentado com mais de 110 mil peças e recebeu
o serviço de paisagismo. Foi recuperada a parte hidráulica, reformadas as áreas
administrativas e construídas áreas de visitação social e de vivência infantil.
“Construímos novas guaritas; ampliamos
os muros de segurança, agora duas vezes maiores que antes. Essas e outras ações
são a prova do investimento feito pelo Governo do Estado. A partir de agora a
ordem é seguir qualificando a gestão, para muito mais avanços no sistema
prisional”, explicou o secretário Murilo Andrade.
A nova administração penitenciária do
Estado também criou uma entrada única do Complexo Penitenciário de Pedrinhas,
equipada com Body Scan (escaner corporal), que traz mais eficiência na inspeção
de ilícitos e o fim da revista vexatória.
Mortes em presídios maranhenses cai 85%
no comparativo entre 2016 e 2013
O número de mortes em presídios
maranhenses diminuiu 85,4% no comparativo entre os anos de 2016 e 2013, segundo
números apresentados pela Seap. Ao longo de 2016 foram contabilizados oito
casos de assassinatos, enquanto em 2013, período com maior incidência desse
tipo de ocorrência nos últimos anos, aconteceram 55 homicídios.
As mudanças no sistema penitenciário
ocorreram com várias medidas, como a reorganização dos presos por celas para
evitar crimes, além do controle da entrada de alimentos. Agora o próprio Estado
fornece a alimentação, fechando uma porta de entrada de armas, celulares e
drogas.
Para organizar a casa, o Governo do
Estado investiu forte na formação e capacitação de mais de 3.750 agentes de
segurança prisional, incluindo servidores efetivos, temporários, auxiliares e
estagiários, por meio da Academia de Gestão Penitenciária (Agepen). A direção
das unidades prisionais foi exercida por agentes penitenciários de carreira,
com experiência; e a reorganização da gestão interna penitenciária foi decisiva
para a redução drástica nos índices de violência.
Números
de 2016
- Criação de mais de 80 oficinas de
trabalho (padarias, malharias, serigrafias, fábricas de blocos de concreto e
meio-fio, almofadas, chinelos, hortas, artesanato, vassouras, salões de beleza,
etc);
- Inserção de mais de 1.500 internos em
ações de trabalho;
- Mais de 900 internos matriculados em
sala de aula (11% da população carcerária). Em 2014 o número não passava de 23
matriculados;
- Mais de 50 mil atendimentos de saúde
realizados;
- Aumento de 185% de internos inscritos
no Enem;
- Aquisição de 30 novas viaturas. Agora
são mais de 60 para atender os 24 presídios do interior;
- Instalação do sistema VoIP, o que
torna mais célere a comunicação interna institucional entre os servidores;
- Realização do Concurso Público para
100 novos agentes penitenciários efetivos;
- Formatura de 235 novos agentes.
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