A ser nomeado
pelo presidente Michel Temer, o novo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal)
que assumir a vaga de Teori Zavascki, falecido em um acidente de avião nesta
sexta-feira (19), será o relator dos processos da Lava Jato na mais alta corte
do país.
É o que prevê
o regimento interno do STF, em seu artigo 38, inciso IV, que fala que o relator
é substituído "em caso de aposentadoria, renúncia e morte pelo ministro a
ser nomeado para a vaga".
"Na
prática, quem Temer nomear para o lugar do ministro Teori será o novo relator
da Lava Jato. O regimento é bem claro quanto a isso", afirma o advogado e
professor de Direito Penal, Leonardo Pantaleão.
Esse também é
o entendimento do professor Direito Constitucional da PUC-SP (Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo) Marcelo Figueiredo. "Esta é a regra que consta no
regime interno do STF. O novo ministro é o novo relator dos processos que
estavam sob a guarda de Teori. Agora para medidas urgentes, a exemplo de
decretação de prisão preventiva de investigados, pode ser nomeado um relator
temporário, se demorar o processo de nomeação do novo integrante da
corte".
De acordo com
a Constituição, cabe ao Presidente da República escolher os integrantes da
Suprema Corte brasileira. O indicado para o cargo precisa ser sabatinado e
aprovado por maioria absoluta pelo Senado Federal.
Pantaleão
explica que o regimento do STF prevê outras hipóteses para a substituição de
relatores em processos da mais alta corte do país: a exemplo de um novo sorteio
ou escolha por votação entre ministros. Mas de acordo com o especialista, essas
regras não se aplicam.
"Há
previsão, por exemplo, de o novo relator ser aquele que tiver proferido o
primeiro voto vencedor no processo, acompanhando o do relator anterior, mas
isso ainda não aconteceu. Ainda não tivemos um voto do relator, pois os
processos da Lava Jato no Supremo, em sua maioria, ainda estão na fase de
inquérito ou de instrução de processual", explica o especialista.
Pantaleão
afirma que os processos da Lava Jato "fatalmente" sofrerão atrasos.
"O novo relator, seja quem for, precisará se inteirar de todo os processos
relacionados à Lava Jato e isso, obviamente, leva muito tempo".
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