Rubens Valente, Bela Megale, Camila
Mattoso e Reynaldo Turollo Jr.
Folha de São Paulo
Um dia antes da operação Patmos ser
deflagrada na quinta-feira (18), o assessor parlamentar Mendherson Souza Lima,
apontado como um dos responsáveis por transportar propina paga pela JBS ao
senador Aécio Neves (PSDB-MG), levou para casa da sogra R$ 480 mil em espécie.
Em documento assinado por Azelina Rosa
Ribeiro, sogra de Mendherson, ela reconhece que autorizou a entrada de
policiais federais em sua casa, em Nova Lima (MG), "com o fim de recolher
o conteúdo de duas sacolas deixadas pelo genro Mendherson Souza Lima na noite
de 17 de maio". Foi nesta data que o jornal "O Globo" publicou a
notícia sobre a delação da JBS e o suposto esquema de propina do qual o senador
Aécio Neves teria se beneficiado.
Os pacotes com cédulas de R$ 100 estavam
escondidos em um dos quartos da casa de Azelina. Mendherson trabalhava como
assessor do também senador mineiro Zezé Perrella (PMDB). Segundo a investigação
policial, no dia da operação Patmos ele confessou ter levado os R$ 480 mil em
duas sacolas para a casa sogra sem que ela tivesse conhecimento. O assessor
falou que se assustou ao saber da delação feita pelos executivos da JBS pelo
noticiário.
Posteriormente, a PF foi à Nova Lima,
onde encontrou o dinheiro. Mendherson relatou que o montante tinha sido buscado
em São Paulo no dia 3 de maio. A Polícia e o Ministério Público acreditam que
ele faz parte dos R$ 2 milhões que Aécio pediu a Joesley Batista, dono da JBS.
No inquérito, a PF anexou fotos do dinheiro apreendido.
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