Levantamento revela que 39 deputados
empenharam R$ 266 milhões em emendas desde junho
Os deputados Alessandro Molon (Rede-RJ)
e Aliel Machado (Rede-PR) e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) deverão
entregar à PGR (Procuradoria-Geral da República), na tarde desta segunda-feira,
17, uma representação contra o presidente Michel Temer.
Conforme levantamento do jornal O Estado
de S. Paulo publicado neste domingo (16), dos 40 deputados que votaram pela
rejeição do parecer que recomendava a abertura de investigação contra o
presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara,
39 tiveram R$ 266 milhões em emendas parlamentares empenhadas, de acordo com
valores atualizados. Esse valor corresponde ao período entre junho, após a
divulgação da delação do empresário Joesley Batista, que foi usada na denúncia
contra Temer, e as duas primeiras semanas deste mês, às vésperas da votação.
Os congressistas da Rede pedirão que a
PGR investigue a liberação de emendas para deputados da base governista dentro
da votação do parecer sobre a denúncia contra Temer analisada na CCJ (Comissão
de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados.
O documento foi elaborado com base em um
levantamento feito pela assessoria de Alessandro Molon sobre as emendas
liberadas.
"Queremos impedir que Temer
continue usando dinheiro público para obstruir a Justiça e permanecer impune
com a ajuda do Congresso. Além disso, queremos impedir que serviços essenciais
sejam prejudicados por causa dessas manobras ilegais e irresponsáveis do
governo", afirmou o deputado.
As trocas feitas pelo governo na CCJ da
Câmara, antes da votação da denúncia, também ajudaram a elevar o valor
desembolsado. Os 14 deputados que se tornaram titulares do colegiado da Casa
com ajuda do Palácio do Planalto receberam mais de R$ 106 milhões em recursos.
No entanto, dois deles contrariaram o governo e votaram pela admissibilidade da
denúncia: Renata Abreu (Podemos-SP) e Laércio Oliveira (SD-SE).
Fogo
amigo
Durante a defesa de seu voto como
relator do parecer sobre a denúncia, feito na última quinta-feira (13), Sergio
Zveiter (PMDB-RJ) já havia acusado o presidente Temer de usar as verbas de
emendas parlamentares em busca de apoio na comissão.
— O senhor Michel temer, contra quem
pesam seríssimos indícios, acha que pode, usando bilhões de reais de dinheiro
público, submeter a Câmara dos Deputados a seu bel sabor para proibir a
sociedade de saber o que realmente aconteceu.
Advogado, Zveiter argumentou que os
“bilhões de reais” repassados a parlamentares configurariam ainda crime de
obstrução de justiça.
Naquela ocasião, o relatório de Zveiter
foi rejeitado por 40 votos a 25 votos, levando à seleção de um novo relator,
Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) com um parecer contrário à denúncia feita pela PGR
contra o presidente por corrupção. Este novo relatório foi aprovado na CCJ por
41 votos a 25.
O parecer da CCJ agora segue para
votação no plenário da Câmara, onde é necessária a aprovação de 2/3 dos 513
deputados federais para autorizar o STF (Supremo Tribunal Federal) a investigar
o presidente Michel Temer pela denúncia, apresentada por Eduardo Janot,
procurador-geral da República, por corrupção passiva.
Com informações do R7/Estadão conteúdo
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