Rádio Voz do Maranhão

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Parlamentares pedirão que PGR investigue liberação de emendas para base aliada de Temer

Levantamento revela que 39 deputados empenharam R$ 266 milhões em emendas desde junho
Alessandro Molon é um dos dois deputados da Rede que participam da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e que acusam Temer de obstruição de justiça e compra de apoio através da liberação de verbas
Os deputados Alessandro Molon (Rede-RJ) e Aliel Machado (Rede-PR) e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) deverão entregar à PGR (Procuradoria-Geral da República), na tarde desta segunda-feira, 17, uma representação contra o presidente Michel Temer.

Conforme levantamento do jornal O Estado de S. Paulo publicado neste domingo (16), dos 40 deputados que votaram pela rejeição do parecer que recomendava a abertura de investigação contra o presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, 39 tiveram R$ 266 milhões em emendas parlamentares empenhadas, de acordo com valores atualizados. Esse valor corresponde ao período entre junho, após a divulgação da delação do empresário Joesley Batista, que foi usada na denúncia contra Temer, e as duas primeiras semanas deste mês, às vésperas da votação.

Os congressistas da Rede pedirão que a PGR investigue a liberação de emendas para deputados da base governista dentro da votação do parecer sobre a denúncia contra Temer analisada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados.

O documento foi elaborado com base em um levantamento feito pela assessoria de Alessandro Molon sobre as emendas liberadas.

"Queremos impedir que Temer continue usando dinheiro público para obstruir a Justiça e permanecer impune com a ajuda do Congresso. Além disso, queremos impedir que serviços essenciais sejam prejudicados por causa dessas manobras ilegais e irresponsáveis do governo", afirmou o deputado.

As trocas feitas pelo governo na CCJ da Câmara, antes da votação da denúncia, também ajudaram a elevar o valor desembolsado. Os 14 deputados que se tornaram titulares do colegiado da Casa com ajuda do Palácio do Planalto receberam mais de R$ 106 milhões em recursos. No entanto, dois deles contrariaram o governo e votaram pela admissibilidade da denúncia: Renata Abreu (Podemos-SP) e Laércio Oliveira (SD-SE).

Fogo amigo

Durante a defesa de seu voto como relator do parecer sobre a denúncia, feito na última quinta-feira (13), Sergio Zveiter (PMDB-RJ) já havia acusado o presidente Temer de usar as verbas de emendas parlamentares em busca de apoio na comissão.

— O senhor Michel temer, contra quem pesam seríssimos indícios, acha que pode, usando bilhões de reais de dinheiro público, submeter a Câmara dos Deputados a seu bel sabor para proibir a sociedade de saber o que realmente aconteceu.

Advogado, Zveiter argumentou que os “bilhões de reais” repassados a parlamentares configurariam ainda crime de obstrução de justiça.

Naquela ocasião, o relatório de Zveiter foi rejeitado por 40 votos a 25 votos, levando à seleção de um novo relator, Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) com um parecer contrário à denúncia feita pela PGR contra o presidente por corrupção. Este novo relatório foi aprovado na CCJ por 41 votos a 25.

O parecer da CCJ agora segue para votação no plenário da Câmara, onde é necessária a aprovação de 2/3 dos 513 deputados federais para autorizar o STF (Supremo Tribunal Federal) a investigar o presidente Michel Temer pela denúncia, apresentada por Eduardo Janot, procurador-geral da República, por corrupção passiva.

Com informações do R7/Estadão conteúdo

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