Um bombeiro militar pegou um caminhão em
um quartel da corporação em Ceilândia, saiu dirigindo em alta velocidade em
direção ao Plano Piloto e só parou na Esplanada dos Ministérios, perto do
Congresso Nacional, após policiais militares acertarem tiros nos pneus da
viatura.
O crime aconteceu na madrugada deste
domingo (3/12). A viatura, um caminhão de água usado em combate a fogo, parou
pouco depois da Catedral de Brasília, por volta de 1h50, na via S1, sentido
Congresso. Após o motorista perder o controle da direção, o veículo rodou,
quase tombou e ficou parado na contramão, ao lado do canteiro central.
O suspeito é o 2º sargento Fabrício
Marcos de Araújo, que, após ser detido, teve prisão preventiva decretada,
durante audiência de custódia, por um juiz plantonista e responderá por quatro
crimes, segundo nota da Secretaria de Segurança Pública e Paz Social, que
descarta, a princípio, a possibilidade de intenções terroristas. Ele foi
enquadrado nos crimes de furto qualificado, desobediência, danos ao material da
administração militar e tentativa de dano, conforme previsto no Código Penal
Militar.
Em depoimento, uma testemunha afirmou
que Fabrício "se encontrava alterado e com forte odor etílico". Ainda
segundo o relato, "o militar se mostrava muito indignado com a situação do
país em geral e bastante perturbado emocionalmente". O Correio apurou que
ele se recusou a fazer o teste do bafômetro.
Motivação
desconhecida
Ainda não se sabe o que levou o bombeiro
a tomar tal atitude, nem qual era a intenção dele. Araújo foi levado por
policiais militares ao 1º Batalhão do Corpo de Bombeiros, sem ferimentos. Um
bombeiro major, oficial de plantão na unidade, deu a voz de prisão.
A Polícia Militar informou que o
suspeito tem 44 anos e é lotado no 8º Grupamento de Bombeiro Militar. O Corpo
de Bombeiros ainda não se pronunciou sobre o caso. Nem a Polícia Civil, que
enviou peritos ao local ainda na madrugada e abriu um inquérito.
Um amigo do suspeito contou ao Correio
que ele não dava nenhum sinal de que podia agir dessa maneira. "Até ontem
ele estava ótimo", disse, sem querer se identificar. Esse conhecido também
assegurou que o bombeiro não tinha intenção de ferir nenhuma pessoa. "Ele
não é terrorista."
15
carros envolvidos na perseguição
O cerco e a perseguição, que envolveram
15 carros da Polícia Militar do DF, foram filmados e narrados pelos envolvidos.
Os vídeos, ao qual o Correio teve acesso, mostram a tensão. Os PMs da Rotam e
da Patamo, que iniciaram a perseguição na via Estrutural, demonstravam a
preocupação de haver um refém no caminhão do Corpo de Bombeiros. Eles só
decidiram atirar após constatar que não tinha ninguém além do motorista.
Enquanto um policial se assegurava de
que não havia civis ou militares na linha de fogo, o outro fazia a mira, com o
carro da PM em alta velocidade. Depois de alguns minutos, finalmente, o
atirador comemorou o sucesso dos disparos. Tiros acertaram primeiro pneus
dianteiros do caminhão. Em seguida, atingiram os traseiros. Sem estabilidade, a
viatura derrapou e os policiais militares conseguiram deter o bombeiro.
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