Sem
o aval de Sarney, o presidente Michel Temer pediu ao PTB que indicasse outro
nome.
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Sarney pressionou e Temer desistiu de nomear Pedro Fernandes para o Ministério do Trabalho |
DANIEL CARVALHO
GUSTAVO URIBE
FOLHA DE S. PAULO/DE BRASÍLIA
O deputado federal Pedro Fernandes
(PTB-MA), que havia sido escolhido para comandar o Ministério do Trabalho, não
será mais empossado nesta quinta-feira (4).
Segundo a Folha apurou, o ex-presidente
José Sarney (MDB) não referendou o nome do parlamentar, que é alinhado ao
governador do Maranhão, Flávio Dino, do PCdoB.
Sem o aval de Sarney, o presidente
Michel Temer pediu ao PTB que indicasse outro nome.
Fernandes recebeu a notícia na manhã
desta terça-feira (2) do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson.
A decisão do presidente causou
desconforto na bancada do PTB na Câmara dos Deputados. "Não aceitamos
outra indicação. A indicação do Pedro Fernandes é a do partido", disse o
líder Jovair Arantes (PTB-GO).
Nesta terça-feira (2), Fernandes enviou
mensagem a correligionários e aliados agradecendo o apoio ao seu nome, mas
lamentando que ele não tenha sido escolhido.
"Infelizmente, não deu, devido ao
embaraço que eu crio na relação do presidente Michel Temer com o ex-presidente
José Sarney", disse.
O nome de Fernandes estava desde a
semana passada sob avaliação do setor de inteligência do Palácio do Planalto,
que costuma realizar levantamento sobre os antecedentes dos ministros para
efetivar a nomeação.
'SE LIXANDO'
Com a recusa a Fernandes, o PTB avalia o
nome do deputado federal Sérgio Moraes (RS), que não deve ser candidato na
disputa eleitoral do ano que vem.
Ele chegou a ser sondado após a saída do
ex-ministro Ronaldo Nogueira, mas na época recusou. Na bancada do partido,
contudo, há a expectativa de que agora ele aceite.
Em 2009, Moraes causou polêmica ao dizer
que estava "se lixando para a opinião pública" quando defendeu o
ex-deputado federal Edmar Moreira (sem partido-MG).
Ele era o relator no conselho de ética
de acusação contra o mineiro de apresentar notas falsas ao justificar o uso de
verba indenizatória.
O Ministério do Trabalho está sem
titular desde que o também deputado federal pelo PTB Ronaldo Nogueira pediu
demissão, no último dia 27. Ele se desligou com o argumento de que quer se
dedicar à sua campanha pela reeleição.
No mesmo dia em que saiu da pasta, ele
publicou nova portaria sobre a definição de trabalho escravo, que deixa mais
rígidas as definições do que leva à punição do empregador.
Na data, Fernandes disse que havia sido
convidado por Jovair Arantes e que não disputaria um novo mandato neste ano.
"Foi um susto, mas estou topando. Já me refiz do susto e vamos lá",
afirmou.
Ainda segundo Fernandes, Jovair estava
acompanhado de Nogueira no momento do convite, feito por telefone.
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