Anúncio
foi publicado no perfil da legenda nas redes sociais, na noite deste domingo
(5). Confirmação ocorreu, em seguida, durante entrevista coletiva no início da madrugada desta segunda-feira (6).
Caso Lula consiga levar adiante a candidatura, Haddad está disposto a abrir mão do posto para dar espaço à aliada na chapa.
O ex-prefeito de São Paulo Fernando
Haddad (PT) será candidato a vice-presidente na chapa com Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) na disputa presidencial da eleição de 2018.
A informação foi confirmada na noite
de domingo (5) nas redes sociais do partido. As lideranças do partido fizeram o anúncio oficial da decisão, em transmissão, ao vivo, pelo facebook, no início da madrugada desta segunda-feira (6).
O nome de Haddad foi uma escolha de Lula, em carta enviada à Executiva Nacional do PT. Na carta, Lula cogitou a possibilidade de Manuela d’Ávila (PCdoB) compor a chapa, mas deixou a decisão
para a executiva do PT.
O assunto foi debatido neste domingo por
mais de quatro horas, por integrantes da Executiva Nacional do PT que, em sua
maioria, concordou com a indicação.
Avisados sobre
a decisão petista durante reunião realizada na noite deste domingo, dirigentes
do PCdoB decidiram retirar a candidatura de Manuela D’Ávila à Presidência, após
receber do PT a promessa de que, em caso de impugnação da candidatura de Lula,
ela será indicada para o lugar de vice, ao lado de Haddad, como cabeça de
chapa.
Caso Lula consiga levar adiante a
candidatura, Haddad está disposto a abrir mão do posto
para dar espaço à aliada na chapa. De acordo com a legislação eleitoral, nomes
da chapa presidencial podem ser alterados até 20 dias antes do pleito.
Candidatura de Lula oficializada no sábado (4)
A candidatura de Lula foi oficializada
na tarde deste sábado (4), durante a convenção nacional do partido, na
Liberdade, no Centro da capital paulista. Na ocasião, a legenda anunciou apenas
o nome de Lula na disputa, sem revelar quem ocuparia a vaga de vice.
“Viemos aqui para votar no nosso
candidato a presidente, Lula. Esse é um momento histórico. Lula é o nosso
candidato a presidente da República”, disse Gleisi.
Em carta lida pelo ator Sérgio Mamberti,
Lula diz que é a primeira vez em 38 anos que não participa de uma convenção
nacional do partido. "Mas sei que estou presente em cada um de
vocês", disse.
“Nós tratamos a nossa gente como solução
e por isso o Brasil mudou. Hoje a nossa democracia está ameaçada. Agora querem
fazer uma eleição presidencial de cartas marcadas. Excluir um nome que está à
frente na preferência do eleitorado em todas as pesquisas. Já derrubaram uma
presidenta eleita. Agora querem vetar o direito do povo de escolher livremente
o próximo presidente", diz trecho da carta.
Lula não participou da convenção porque
está preso desde o começo de abril, condenado em segunda instância no caso do
triplex em Guarujá, a doze anos e um mês de prisão, o que, de acordo com a Lei
da Ficha Limpa, o torna inelegível. A questão precisa ser decidida pelo TSE e
só deve ser julgada depois do registro oficial, que ocorre até o dia 15 de
agosto.
Participaram do evento lideranças do PT,
como a ex-presidente Dilma Rousseff, o candidato ao governo de São Paulo pelo
partido, Luiz Marinho, o ex-ministro Celso Amorim, o senador Lindbergh Farias,
entre outros.
Movimentos sociais e entidades sindicais
também marcaram presença, como o MST, o MTST, CUT, Central dos Movimentos
Populares, UNE, entre outros.
Em um momento da convenção, todas as
pessoas presentes colocaram uma máscara com o rosto do ex-presidente Lula e
gritaram em coro: "Eu sou Lula".
As falas das lideranças políticas do PT
começaram com o deputado Paulo Pimenta, líder da legenda na Câmara:
“O Brasil nunca precisou tanto do Lula.
(...) O que está em jogo é muito mais que uma eleição presidencial. Não tem
plano B, não tem plano C. É Lula livre, candidato e presidente”.
O senador Lindbergh Farias afirmou que
"está surgindo um outro PT. Tem que ter um outro programa, mais ousado”.
Ele defendeu reforma política, dos meios de comunicação, união da esquerda,
novas alianças.
“Se eles impugnarem a eleição do Lula, a
gente vai até o fim", completou.
Durante a convenção, Haddad afirmou não
ter dúvidas "de que o cenário está configurado. Eles imaginavam que o Lula
não teria prestígio”. “O povo conhece o Lula. E o que nós temos pela frente é
uma batalha decisiva. ”
Propostas
Entre as propostas apresentadas pelo
plano de governo estão:
.Promover ampla reforma política com
participação popular
.Promover a reforma do Poder Judiciário e
do Sistema de Justiça
.Recriar como ministério com status de
ministério, as pastas de Direitos .Humanos, Políticas para as Mulheres e para
Promoção da Igualdade Racial
.Promover políticas para as mulheres e de
igualdade racial
.Criar plano emergencial de emprego,
recuperação da renda e do crédito
Perfil
da Haddad
Filho de comerciantes do Bom Retiro, na
região central de São Paulo, aos 18 anos Haddad entrou para a faculdade de
direito da Universidade de São Paulo (USP), no Largo de São Francisco.
Formou-se bacharel em 1985.
Também pela USP, tornou-se mestre em
Economia com especialização em economia política em 1990 e doutor em Filosofia
em 1996.
Foi professor de Teoria Política
Contemporânea no Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Sociais da USP, analista de investimento do Unibanco,
consultor da Fundação de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Em 2001, assumiu a chefia de gabinete da
secretaria municipal de Finanças na gestão da prefeita Marta Suplicy. Dois anos
depois, se tornou assessor especial do ministro do Planejamento, Guido Mantega.
Depois, foi secretário Executivo do Ministério da Educação e se tornou ministro
sob a gestão de Lula.
Em 2012, deixou o cargo para disputar as
eleições municipais. Foi prefeito de São Paulo de 2012 a 2016, e candidato do
PT à reeleição, mas foi derrotado pelo tucano João Doria.
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