Em 2014, no auge da crise em Pedrinhas, Roseana saiu da 'clausura' do Palácio dos Leões após a vinda do então ministro José Eduardo Cardozo |
Na entrevista para sua própria emissora,
Roseana Sarney colecionou uma quantidade de pérolas. Uma delas foi quando falou
que pediria ajuda ao governo federal para atuar em Pedrinhas.
“Se eleita, vou pedir ajuda ao governo
federal”, disse.
Quando Roseana era governadora,
Pedrinhas viveu sua pior crise, com uma rebelião que provocou dezenas de
mortes. O pior momento foi no último ano de seu governo, em 2014, quando as
decapitações repercutiram até no exterior.
Sem saída, a então governadora “guerreira”
resolveu se enclausurar no Palácio dos Leões. Somente com a vinda do então
ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, decidiu mostrar a cara em uma
entrevista coletiva para falar sobre a crise e dizer que estava revoltada.
Serviu até de chacota para jornalistas,
como Reinaldo Azevedo: Roseana estava
mesmo com a Família Sarney no corpo. Ela encontrou uma curiosa explicação para
o recrudescimento da violência no estado — o que me ajudou a entender a atuação
do clã nos últimos 50 anos:
“O Maranhão está atraindo empresas e
investimentos. Um dos problemas que está piorando a segurança é que o Estado
está mais rico, o que aumenta o número de habitantes”.
E segue Reinaldo Azevedo: Agora entendi o que, a esta altura, a gente
poderia considerar um esforço determinado, consciente e, sem dúvida,
bem-sucedido dos Sarneys em favor do atraso. Antes, os maranhenses eram pobres,
pacíficos e felizes. Aí, sabem como é, foi chegando o progresso e… piorou tudo!
Notem que a fala da governadora traz a sugestão de que a violência vem de fora,
não é coisa dos maranhenses — o “aumento do número de habitantes” só pode se
referir aos forasteiros… Outro trecho de sua fala reforça esse especioso ponto
de vista:
“O que aconteceu me chocou, e a todo o
Maranhão, porque o povo do Maranhão não é violento. O que aconteceu lá é algo
inexplicável. Estou até agora chocada com o que aconteceu lá, porque o que
existe são brigas de facções. E elas são muito violentas. Acaba havendo
problemas de morte no presídio.”
Na entrevista de hoje, Roseana chamou o
episódio de Pedrinhas de “revolução”. E ainda disse que no mesmo período,
várias outras “revoluções” teriam ocorrido, citando o exemplo do Carandiru, em
São Paulo, ocorrido em 1992. Só 22 anos antes...
Pelo visto, ao dizer que vai recorrer ao
governo federal para resolver Pedrinhas, a ex-governadora mostra que não estaria preparada para enfrentar crises agudas, que exigem firmeza e coragem de quem
governa.
Só para lembrar: desde 2015, o presídio de Pedrinhas saiu do noticiário nacional e internacional. E sem necessidade de ajuda do governo federal.
Pois é essa é Pessoa que quer voltar a Governador o Maranhão sem Noção.
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