O segurança Davi Ricardo Moreira Amâncio,
de 32 anos, ficou detido por três horas na noite de ontem, após matar o jovem
Pedro Gonzaga, de 19 anos, em uma filial da rede de supermercado Extra, na
Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro. Ele foi liberado após pagar
fiança de R$ 10 mil e alegou legítima defesa para explicar o ato.
Gonzaga morreu na tarde de ontem após
sofrer três paradas cardiorrespiratórias: a primeira enquanto era encaminhado
ao hospital e as outras duas já no Centro de Emergência Regional, que fica
junto ao complexo do hospital Lourenço Jorge, também na Barra.
Moreira foi filmado por clientes do
supermercado, dando a "gravata" no jovem. Segundo o advogado do
segurança, André França Barreto, ele acusou a vítima de simulação e de apontar
uma arma.
"O rapaz simulou um ataque
epiléptico, o Davi se aproximou para prestar os primeiros socorros e teve a
arma retirada do corpo. Ele chegou a apontar a arma para os presentes no
mercado e, neste momento, um segundo segurança conseguiu intervir. Neste
momento, o Davi e o jovem entraram em luta corporal e o segurança cai por cima
dele, o deixando imobilizado até a chegada de reforços", explicou Barreto.
De acordo com o advogado, o segurança
acompanhou a vítima até a unidade de saúde e ficou detido por três horas na
delegacia para prestar esclarecimentos e pagar a fiança. Ele responderá ao
processo em liberdade, segundo a defesa.
Imagens
mostram jovem imobilizado no chão
Apesar da versão do segurança, as
imagens que foram veiculadas nas redes sociais mostram apenas Moreira
imobilizando o jovem com a gravata. Gonzaga está aparentemente desacordado, com
o segurança deitado sobre ele. Não é possível ver a ameaça com arma ou a
simulação alegada pelo acusado. O vigilante refuta pedidos de outras pessoas
para que solte Gonzaga.
Uma delas diz: "Está desmaiado, não
está não?". Outra pessoa fala: "Ele tá com a mão roxa", mas o
segurança se nega a sair de cima e responde: "Quem sabe sou eu".
Outros funcionários do supermercado ainda circundam os dois homens no chão, mas
nada fazem.
Questionado sobre os argumentos dos
clientes sobre o estado de saúde do jovem, o advogado alegou que Davi acreditou
que se tratava de mais uma encenação do suspeito que teria fingido um ataque
epiléptico para se aproximar do segurança.
Em nota, o supermercado Extra, que
pertence ao Grupo Pão de Açúcar, afirmou que repudia atos de violência em suas
lojas e que abriu uma investigação interna para apurar o caso. Inicialmente,
segundo a empresa, foi constatado que "se tratou de uma reação à tentativa
de furto a arma de um dos seguranças da unidade da Barra da Tijuca".
Informou ainda que os seguranças envolvidos foram afastados.
O caso é investigado pela Delegacia de
Homicídios.
Nenhum comentário:
Postar um comentário