Pai,
mãe e filho devem ser sepultados no município de Pinheiro.
Hidonberto
juntou as economias de 7 anos de trabalho na oficina onde era empregado e pagou
R$ 60 mil por um apartamento no 4° andar do Condomínio Figueira do Itanhangá
O sepultamento de parte de uma família que
morreu após o desabamento de prédios na Muzema, no Rio de Janeiro, será
realizado no município de Pinheiro (MA).
As datas ainda não foram marcadas, já que
familiares ainda tentam trazer os corpos para o Maranhão.
O menino Hilton Guilherme Sodré Souza, de
12 anos, foi retirado dos escombros com fratura em uma das pernas e ferimentos
no rosto, mas não resistiu.
Os pais, Maria Nazaré Sodré e Hiltonberto
Rodrigues Souza, foram retirados já sem vida dos escombros.
A filha mais nova da família, Isabele,
escapou inatingida, pois foi retirada do prédio pelo pai instantes antes do
prédio desabar.
![]() |
A menina Isabele algumas horas depois de ter sido encontrada no desabamento |
Sonho da casa própria durou apenas 3 meses para a família
Um amigo do maranhense Hiltonberto
Rodrigues Souza, que morreu junto com a mulher e o filho no desabamento de um
dos prédios do Condomínio Figueira do Itanhangá, na Muzema, Zona Oeste do Rio na
sexta-feira (12), contou que ele tinha se mudado em janeiro para o prédio e
estava muito feliz de realizar o sonho da casa própria.
Isabele, 4 anos, a caçula da família foi a
única sobrevivente. Isabele teve apenas ferimentos leves e foi encontrada nos
escombros. A vizinha que abrigou a menina disse que ela estava em estado de
choque e só falava em alguma coisa que "escorregou" e ela caiu.
Raimundo Péres disse que a família estava
começando uma nova fase da vida. Ele mora em Rio das Pedras e conhecia a
família de Hiltonberto há 7 anos.
"Ele estava feliz da vida. Falou
comigo que era uma vitória ter saído de lá onde morava e ter conseguido um
apartamento melhor. Ele falava que tava morando bem", comentou
Morador de uma quitinete em Rio das
Pedras, o lanterneiro disse ao amigo que juntou as economias de 7 anos de
trabalho na oficina onde era empregado e pagou R$ 60 mil por um apartamento no
4° andar de um dos prédios do Condomínio Figueira do Itanhangá, também na Zona
Oeste.
Hiltonberto comprou o apartamento em
outubro de 2018 e reformou o imóvel do seu jeito para poder levar a mulher
Maria de Nazaré e os dois filhos: Hilton Guilherme, de 12 anos, e Isabele, de 4
anos, a caçula da família.
"Era um cara trabalhador. Gente boa
demais. Um grande amigo. Foi vizinho de parede colada. No último Natal a gente
comprou um porco junto para reunir as famílias. É muito triste. O cara era um
parceirão mesmo", lamentou Raimundo.
Hiltonberto e Maria de Nazaré foram
retirados mortos do local do desmoronamento. O filho do casal foi resgatado com
vida no final desta sexta-feira, depois de mais de 15 horas soterrado. Somente
Isabelle sobreviveu. Testemunhas contaram que Hiltonberto teria retirado a
filha do local.
Uma vizinha que deu abrigo para a menina
disse que ela foi encontrada em estado de choque e Hilton Guilherme foi
socorrido de ambulância para o Hospital Miguel Couto, na Gávea, Zona Sul. O
adolescente de 12 anos chegou no hospital com uma fratura em uma das pernas e
ferimentos no rosto, mas consciente. Morreu enquanto era submetido a uma
cirurgia, já neste sábado.
"O filho dele vivia na porta da minha
casa brincando. Em fevereiro agora eles foram para o Maranhão rever os
parentes. Ele estava muito feliz com vida nova", acrescentou.
Liberação
dos corpos
Os parentes da família de Hiltonberto
estiveram no Instituto Médico Legal neste sábado (13). Por volta das 16h, o
corpo do menino ainda está no Hospital Miguel Couto. Eles informaram que um
parente deles que vive no Maranhão vai pedir no cartório onde o adolescente foi
registrado a segunda via da certidão de nascimento dele para a liberação do
corpo. A família quer que eles sejam enterrados no Maranhão.
Com
informações do G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário