Rádio Voz do Maranhão

domingo, 14 de abril de 2019

Família que morreu em desabamento no Rio será sepultada em Pinheiro; sonho da casa própria durou 3 meses

Pai, mãe e filho devem ser sepultados no município de Pinheiro.
Hidonberto juntou as economias de 7 anos de trabalho na oficina onde era empregado e pagou R$ 60 mil por um apartamento no 4° andar do Condomínio Figueira do Itanhangá
O sepultamento de parte de uma família que morreu após o desabamento de prédios na Muzema, no Rio de Janeiro, será realizado no município de Pinheiro (MA).

As datas ainda não foram marcadas, já que familiares ainda tentam trazer os corpos para o Maranhão.

O menino Hilton Guilherme Sodré Souza, de 12 anos, foi retirado dos escombros com fratura em uma das pernas e ferimentos no rosto, mas não resistiu.

Os pais, Maria Nazaré Sodré e Hiltonberto Rodrigues Souza, foram retirados já sem vida dos escombros.

A filha mais nova da família, Isabele, escapou inatingida, pois foi retirada do prédio pelo pai instantes antes do prédio desabar.
A menina Isabele algumas horas depois de ter sido encontrada no desabamento

Sonho da casa própria durou apenas 3 meses para a família

Um amigo do maranhense Hiltonberto Rodrigues Souza, que morreu junto com a mulher e o filho no desabamento de um dos prédios do Condomínio Figueira do Itanhangá, na Muzema, Zona Oeste do Rio na sexta-feira (12), contou que ele tinha se mudado em janeiro para o prédio e estava muito feliz de realizar o sonho da casa própria.

Isabele, 4 anos, a caçula da família foi a única sobrevivente. Isabele teve apenas ferimentos leves e foi encontrada nos escombros. A vizinha que abrigou a menina disse que ela estava em estado de choque e só falava em alguma coisa que "escorregou" e ela caiu.

Raimundo Péres disse que a família estava começando uma nova fase da vida. Ele mora em Rio das Pedras e conhecia a família de Hiltonberto há 7 anos.
Raimundo Péres, amigo de Hiltonberto Souza, um dos mortos na
tragédia da Muzema, no Rio
"Ele estava feliz da vida. Falou comigo que era uma vitória ter saído de lá onde morava e ter conseguido um apartamento melhor. Ele falava que tava morando bem", comentou

Morador de uma quitinete em Rio das Pedras, o lanterneiro disse ao amigo que juntou as economias de 7 anos de trabalho na oficina onde era empregado e pagou R$ 60 mil por um apartamento no 4° andar de um dos prédios do Condomínio Figueira do Itanhangá, também na Zona Oeste.

Hiltonberto comprou o apartamento em outubro de 2018 e reformou o imóvel do seu jeito para poder levar a mulher Maria de Nazaré e os dois filhos: Hilton Guilherme, de 12 anos, e Isabele, de 4 anos, a caçula da família.

"Era um cara trabalhador. Gente boa demais. Um grande amigo. Foi vizinho de parede colada. No último Natal a gente comprou um porco junto para reunir as famílias. É muito triste. O cara era um parceirão mesmo", lamentou Raimundo.

Hiltonberto e Maria de Nazaré foram retirados mortos do local do desmoronamento. O filho do casal foi resgatado com vida no final desta sexta-feira, depois de mais de 15 horas soterrado. Somente Isabelle sobreviveu. Testemunhas contaram que Hiltonberto teria retirado a filha do local.


Uma vizinha que deu abrigo para a menina disse que ela foi encontrada em estado de choque e Hilton Guilherme foi socorrido de ambulância para o Hospital Miguel Couto, na Gávea, Zona Sul. O adolescente de 12 anos chegou no hospital com uma fratura em uma das pernas e ferimentos no rosto, mas consciente. Morreu enquanto era submetido a uma cirurgia, já neste sábado.

"O filho dele vivia na porta da minha casa brincando. Em fevereiro agora eles foram para o Maranhão rever os parentes. Ele estava muito feliz com vida nova", acrescentou.

Liberação dos corpos

Os parentes da família de Hiltonberto estiveram no Instituto Médico Legal neste sábado (13). Por volta das 16h, o corpo do menino ainda está no Hospital Miguel Couto. Eles informaram que um parente deles que vive no Maranhão vai pedir no cartório onde o adolescente foi registrado a segunda via da certidão de nascimento dele para a liberação do corpo. A família quer que eles sejam enterrados no Maranhão.
Com informações do G1


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