Segundo
investigação do MP, esquema era capitaneado pelo ex-governador Sérgio Cabral e
foi replicado no DF e em outros estados. Entre alvos estão Rafael Barbosa e
Elias Miziara.
Os ex-secretários de Saúde Rafael Barbosa
e Elias Miziara foram presos na manhã desta terça-feira (9) durante a operação
Conteiner, que apura um esquema de pagamento de propina em troca de instalação
de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) no Distrito Federal. Os dois chefiaram
a pasta durante a gestão Agnelo Queiroz (PT). A operação é considerada um braço
da operação Lava Jato.
Além deles, também foram presos o
ex-secretário adjunto do DF Fernando Araújo e o ex-subsecretário José Falcão.
Além deles, foi preso um diretor da empresa Kompazo, que vende material
hospitalar. O G1 tenta contato com a defesa deles.
Ao todo, são cumpridos nove mandados de
prisão preventiva (por tempo indeterminado) e 44 mandados de busca e apreensão.
Além de Brasília, a operação ocorre ao mesmo tempo no Rio de Janeiro, Rio
Grande do Norte, Goiás e Minas Gerais.
A operação investiga a contratação da
empresa Metalúrgica Valença Indústria e Comércio pela Secretaria de Saúde.
Segundo as investigações, a empresa era responsável pela entrega de materiais e
montagem de UPAs e outros estabelecimentos do tipo (entenda o esquema mais
abaixo).
Segundo o Ministério Público do DF, há
“provas que indicam a atuação de servidores públicos na realização de
licitações no âmbito da Secretaria de Saúde em benefício da Metalúrgica Valença
e seu proprietário, o empresário Ronald de Carvalho”.
Outra empresa alvo da operação é a NHJ do
Brasil Containers Ltda. De acordo com o MP, é "a mesma que forneceu o
material para a construção do alojamento do time de base do Flamengo, onde
ocorreu o incêndio que matou 10 atletas das categorias de base do clube".
A Polícia Civil do DF enviou um avião para
o Rio para trazer os presos até Brasília, para a sede da instituição. Cerca de
350 pessoas participam da operação.
‘Projeto
das UPAs’
Para o MP, a organização era capitaneada
pelo ex-governador do Rio Sérgio Cabral. Ele teria determinado o direcionamento
de um pregão internacional em favor da metalúrgica. “A partir daí, de acordo
com as provas e depoimentos de colaboradores, iniciaram-se tratativas para o
pagamento de propina em favor do grupo criminoso de Sérgio Cabral”, dizem os
promotores.
O MP também aponta o envolvimento do
ex-secretário de Saúde do Rio Sérgio Cortes, do empresário da área de produtos
médicos/hospitalares Miguel Iskin e além dos empresários Ronald de Carvalho e
Arthur Cézar de Menezes Soares Filho, conhecido como Rei Arthur, considerado
foragido.
Segundo o inquérito, o grupo planejou
expandir o “projeto das UPAs” para todo o país, com pagamento de R$ 1 milhão em
propina para cada unidade construída. Uma das bases foi o DF, “onde começaram a
atuar por meio de venda de atas de registro de preços da Secretaria de Saúde do
Rio de Janeiro”.
Os promotores do Grupos de Atuação
Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) também afirmam que a Secretaria
de Saúde do DF aderiu a atas de registro de preço da secretaria do Rio. Assim,
a pasta não tinha necessidade de fazer licitação.
Para o MP, essas atas já estavam
“viciadas” e eram controladas pelo grupo de Sérgio Cabral. “Em valores
atualizados, estima-se que as contratações suspeitas ultrapassam o montante de
R$ 142 milhões. O bloqueio desses valores já foi solicitado pelo Ministério
Público do DF.”
Até a publicação desta reportagem, não
havia detalhamento de quais UPAs foram construídas em meio a este esquema.
Além da polícia e do Ministério Público de
diversos estados, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) também
foi acionado, para apurar indícios de práticas antieconômicas.
Com informações do G1
Com informações do G1
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