O jornalista
Reinaldo Azevedo divulgou nesta sexta-feira (26) mais uma reportagem da Vaza
Jato, em parceria com Leandro Demori, do site The Intercepet Brasil, em que
mostra o coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, atuando como consultor
privado de banqueiros.
"Deltan e,
antes dele, o ministro Luiz Fux, do Supremo, participaram de reuniões privadas
com banqueiros e investidores para discorrer sobre o tema "Lava Jato e
eleições". Os encontros devem ser chamadas, sem exagero, de
clandestinos", escreve Reinaldo.
A conversa foi
em maio de 2018, quando Débora Santos, assessora da XP Investimentos, e casada
com o procurador Eduardo Pelella, ex-número dois do ex-PGR, Rodrigo Janot,
convidou Dallagnol para uma reunião privada com o compromisso de que não sairia
na imprensa. E ela diz que Fux, na semana anterior, havia estado na XP e elogia
o evento por sua "clandestinidade".
Ao convidá-lo
para o "evento privado", que seria remunerado, "Débora se refere
ao marido, numa evidência de que a Lava Jato já é mais do que uma simples
força-tarefa. Tornou-se uma tropa de elite do estado paralelo, um verdadeiro
círculo aristocrático. Como, por aqui, a ruína se traveste de inovação, Débora
apela a esse vínculo para convencer Deltan a participar não de uma conferência
aberta, a que a imprensa, por exemplo, poderia ter acesso. Essa já estava em
sua agenda e aconteceria em setembro do ano passado", conta Reinaldo.
"O convite
é para que ele seja a estrela de uma 'reunião privada' — remunerada, sim! — com
investidores, que tem um caráter que se pode dizer clandestino. Afinal, Deltan
é um homem pago pelo Estado brasileiro para atuar como procurador. O órgão que
ele integra é o titular da ação penal e pode, adicionalmente, atuar também na
investigação. Eis o palestrante disputado a peso de ouro. E que tem de falar em
segredo", diz Reinaldo.
"Débora
quer que Deltan discorra sobre 'Lava Jato e eleições' a quem regula suas
apostas a depender de cenários que, ora vejam, dependem, por sua vez, em grande
parte, das decisões do próprio procurador. Quanto custa a bola de cristal do
vidente que tem como interferir no futuro? Reitere-se: Débora, a mulher de
Pelella, o íntimo de Janot, que desenhou a Lava Jato, não está convidando o
buliçoso procurador para falar a uma plateia ampla — a conferência —, que ela
trata até com certo desdém. Afinal, um evento assim, aberto, seria formado por
um 'público heterogêneo', que se contenta com o que já está nos jornais",
conta o jornalista.
Do Brasil 247
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