"Arranca a cabeça e
deixa pendurado. É a Rotam patrulhando a noite inteira. Pena de morte à moda
brasileira", cantou a tropa, três dias após rebelião em presídio que
resultou em 16 decapitações
Um vídeo, que circula nas redes sociais,
mostra oficiais da tropa de elite da Polícia Militar do Pará cantando música
que fala de decapitação como “pena de morte à brasileira”.
As imagens foram gravadas na última
quarta-feira (31), durante um evento comemorativo pelos 13 anos do Batalhão de
Polícia Tática (Bpot), conhecido como Rotam.
Na gravação, o batalhão marcha em direção
ao governador do estado, Helder Barbalho (MDB). Em coro, os policiais cantam:
“Arranca a cabeça e deixa pendurado. É a Rotam patrulhando a noite inteira.
Pena de morte à moda brasileira”. A Constituição Federal de 1988 proíbe a pena
de morte no Brasil.
Dezesseis decapitados
O ato ocorreu três dias após a rebelião
que resultou na morte de 58 presos no Centro de Recuperação Regional de
Altamira, sudoeste do estado. De acordo com o Superintendência do Sistema
Penitenciário (Susipe), na ação, 16 detentos foram decapitados.
Um levantamento realizado pela Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB), no estado do Pará, revela que dos 58 mortos, 38 eram
presos provisórios, ou seja, ainda aguardavam julgamento.
Segundo dados do relatório produzido pelo
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o presídio tem capacidade máxima para 163
internos. No entanto, registrava 343 custodiados. O massacre foi o maior no
país desde o do Carandiru (SP) em 2001.
Em nota, a Polícia Militar do Pará
informou que a canção entoada durante a cerimônia de aniversário do Batalhão de
Polícia Tática não se trata de um cântico oficial da Rotam ou de qualquer outra
unidade da instituição.
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