A III Caminhada de Combate ao
Feminicídio será realizada no próximo sábado (16) na Avenida Litorânea, em São
Luís. A concentração será em frente ao Restaurante Casa das Dunas, às 16h30.
Nas redes sociais, os convites para a
caminhada, coordenada pelo Departamento de Feminicídio da Superintendência de
Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), traz fotos de mulheres agredidas e mortas em São Luís. São crimes
que tiveram muita repercussão.
“Essas são algumas mulheres que foram
vítimas de Feminicídio no Maranhão. Por elas e por inúmeras outras vítimas do
machismo e da misoginia, vista sua camisa branca e venha participar conosco da
III CAMINHADA DE COMBATE AO FEMINICÍDIO que acontecerá sábado, 16/11, na
Avenida Litorânea, com concentração em frente ao Restaurante Casa das Dunas. É
uma luta de todos nós!”, destaca a mensagem divulgada pelo Departamento de
Feminicídio.
Relembre
alguns desses crimes
A professora Rosiane Costa, de 45 anos,
foi assassinada pelo namorado, o agente penitenciário Márcio Jorge Lago Marques, no dia 12 de maio
deste ano. O corpo dela foi encontrado na área do Campus da Universidade Federal
do Maranhão (UFMA) na manhã do dia 13. O assassino tinha uma dívida de R$ 2.500
e vinha sendo cobrado. No domingo (12),
ela ligou e disse que não dava mais para esperar.
De acordo com a delegada Viviane
Fontenele, que comanda o Departamento de Feminicídio da SHPP, Márcio Marques
confessou o crime afirmando que, no domingo (12), a professora ligou para fazer
cobrança da dívida e disse que não dava mais para esperar. Ele resolveu
insistir para que ela fosse até a residência dele para que conversassem.
O assassino foi buscar a professora em
casa e passaram a tarde juntos. Em seguida, ela foi levada para a casa dele,
onde foi seduzida para terem uma relação amorosa. A intenção dele era fazê-la desistir de
cobrar a dívida, mas não conseguiu.
Na saída, antes de ela entrar no carro,
ele a matou com um golpe conhecido como mata-leão (estrangulamento usado nas
artes marciais japonesas, realizado pelas costas do oponente). De imediato, ele
teria se apropriado do cartão do BB e da senha.
Após matar a professora, o assassino
colocou o corpo no carro e o jogou no campus da Universidade Federal do
Maranhão (UFMA). O local foi escolhido porque ele estava indo buscar a esposa
na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da área Itaqui-Bacanga.
Depois do crime, no Supermercado Mateus,
no bairro João Paulo, ele comprou, com o cartão da professora, 45 latas de
cervejas, carvão, churrasqueira, whisky e grelhas.
A jovem Mariana Menezes de Araújo Costa
Serra Pinto Costa, de 33 anos, Mariana, sobrinha-neta do ex-presidente da
República e ex-senador José Sarney, foi assassinada no dia 13 de novembro de
2016. O assassino foi o empresário Lucas Porto, cuja família é proprietária da
Planta Engenharia.
A jovem foi encontrada em casa, no
bairro do Turu, pelas filhas, despida e com sinais de asfixia. O assassino é
casado com a irmã de Mariana. Ele está no Complexo Penitenciário de Pedrinhas e vai a Júri Popular.
A mulher identificada como Aridelma de
Fátima Oliveira Bezerra, de 38 anos, foi estuprada e assassinada por Marcos
Vinicius Rocha, de 32 anos.
O corpo da vítima foi encontrado no dia
05 de fevereiro deste ano em um matagal, na estrada antiga de Juçatuba, em São
José de Ribamar. O corpo de Aridelma estava com sinais de violência sexual e
despido.
A investigação foi conduzida pelo
Departamento de Feminicídio, com o apoio do núcleo de inteligência da SHPP que,
em menos de 30 dias, identificou e pediu a prisão temporária do suspeito,
deferida pela Juíza Conceição Rego, da Central de Inquéritos.
Marcos Vinicius Rocha terminou
confessando o estupro e assassinato de Aridelma e de outra mulher, cujo corpo
foi encontrado no dia 08 de dezembro de 2018, no mesmo matagal na estrada de
Juçatuba.
A mulher identificada como Maria Alzimar
Ribeiro da Silva foi assassinada pelo ex-marido, Guilherme Carvalho Borges.
O corpo da mulher foi encontrado
despido, amordaçado e com os braços amarrados às margens da linha férrea em
Pedrinhas, no dia 19 de agosto deste ano.
A polícia chegou até Guilherme após
ouvir várias testemunhas, além de analisar imagens de videomonitoramento.
O crime teria sido cometido por ciúmes. “Ele olhou ela com o namorado. Ela estava saindo de uma loja de
conveniência e, na hora que olhou ele [Guilherme] de longe, pediu para o
namorado correr. Tem a filmagem de tudo. O namorado correu. Ela tentou se
esconder, mas ele consegue abordar ela, eles discutem, e depois saem junto em
direção ao local onde o corpo foi encontrado”, contou a delegada Viviane
Fontenelle, que comanda o Departamento de Feminicídio.
A mulher identificada como Dayane
Christina Oliveira Nunes foi assassinada a tiros pelo ex-namorado, Evaldo Lima
Sampaio, na tarde do dia 11 de outubro deste ano, no condomínio Porto Seguro,
na Avenida dos Franceses, no bairro Outeiro da Cruz, em São Luís.
Após cometer o crime, Evaldo Sampaio
fugiu do local, mas foi preso posteriormente. Segundo a polícia, o assassino
ligou para o irmão para dizer o que tinha feito. De imediato, ao tomar
conhecimento da tragédia, o irmão acionou a polícia indicando o local do crime.
Segundo moradores do condomínio, Dayane
Nunes, que morava no bairro Turu, estava separada há mais de um ano do
ex-marido com quem tinha um casal de filhos menores.
Após se separar, Dayane conheceu Evaldo
Sampaio com quem teve um breve relacionamento. Ela decidiu terminar o namoro,
mas ele não aceitava o fim da relação e vivia insistindo pra reatar o
relacionamento.
No dia 15 de outubro, sem ter como
escapar da polícia, Evaldo
Sampaio recorreu ao suicídio. Ele ainda foi socorrido, mas morreu no
Hospital Djalma Marques, o Socorrão 1.
Girlene Araújo Silva, 37 anos, foi
vítima de tentativa de feminicídio no dia 23 de fevereiro deste ano, em Paço do
Lumiar. O autor das 18 facadas foi o ex-companheiro dela Gutemberg Matos
Bezerra, preso em Ubajara, no Ceará. Ele estava escondido na casa do ex-marido
de sua mãe.
“O crime que ele cometeu foi muito grave
e a vítima só não morreu por circunstâncias alheias à vontade dele, pois ele
realmente tinha a intenção de matar a ex-esposa e não demonstrou qualquer tipo
de arrependimento”, afirmou a delegada Viviane Fontenele, relembrando que
Gutemberg tentou envenenar a vítima e cortar os seios dela.
Girlene Araújo Silva tinha uma ordem de
restrição contra o ex-companheiro, devido às várias agressões sofridas, mas
Gutemberg premeditou o crime. Ele deu um jeito de tirar o filho do casal da
casa para colocar em prática o plano de matar a ex-mulher.
Familiares informaram que Girlene foi
submetida a duas cirurgias no Hospital Municipal Clementino Moura (Socorrão 2),
ficou um tempo internada em recuperação e recebeu alta.
A jovem Elayne Ingrid Diniz Pereira,
residente em Juçatuba, na zona rural de São José de Ribamar, havia desaparecido
no dia 16 de abril deste após sair de sua residência com destino à casa da avó
paterna, no bairro Vila Cascavel. Em seguida, ela iria à casa de uma tia
materna, na Cidade Operária. No entanto, ela não chegou em nenhum dos dois
locais.
O cadáver de Elayne foi encontrado em um
matagal atrás do Hospital Carlos Macieira, no dia 26 de agosto. O autor do
crime foi identificado como José Ribamar Silva Saraiva, conhecido como “Riba”.
Ele foi preso no dia 05 de setembro por policiais da Superintendência de
Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP).
Pelos depoimentos das testemunhas, foi
confirmado que a última pessoa a ser vista com Elayne, ainda no dia 16 de
abril, foi "Riba", no terminal de integração do São Cristóvão e nas
proximidades do Hospital Carlos Macieira, no Renascença.
Em contato com o blog, a delegada
Viviane Fontenele disse que, no primeiro interrogatório, "Riba" não
quis falar nada sobre o crime. "Ele ficou calado e disse apenas que iria
obedecer orientação de seu advogado para que não dissesse nada. Nós temos plena
convicção da autoria. Foi ele", disse a delegada Viviane.
De acordo com informações de familiares,
em contato com o blog, “Riba” reside na área conhecida como Praia da Moça, na
região do Unicamp/Juçatuba, em São José de Ribamar. Ele iria ser padrinho da
filha de Elayne e Lázaro (esposo) e costumava frequentar a residência do casal.
O crime teria sido cometido no mesmo dia
em que a mulher saiu de casa para visitar parentes, pagar contas e fazer
compras.
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