Eleito com 134.223 votos para seu
primeiro mandato como deputado federal, Márcio Jerry (PCdoB) fez um balanço de
sua atuação em 2019 na Câmara dos Deputados. Representante do partido do
governador Flávio Dino em Brasília, o parlamentar concedeu entrevista ao
jornalista Gilberto Lima, no programa "Comando da Manhã", na Rádio Timbira AM, na manhã desta sexta-feira (20).
Além de temas importantes debatidos em
Brasília, como as reformas da previdência e tributária, o parlamentar fez uma
análise do governo Bolsonaro e comentou sobre o posicionamento do PCdoB nas
eleições de 2020 em São Luís.
Confira os principais pontos da entrevista:
Confira os principais pontos da entrevista:
Desafio
em Brasília
É um desafio novo. São mais de 500
deputados, então não é fácil chegar ali e se firmar. Foi preciso persistência,
determinação. Eu ocupo a vice-liderança do PCdoB. Neste primeiro ano, tive a
felicidade de ser apontado pelo Congresso em Foco como o melhor deputado
federal do Maranhão e isso tudo fez com que tivéssemos uma boa projeção dentro
da Casa.
Governo
Bolsonaro
O Governo Bolsonaro, do ponto de vista
político, é uma imensa fraude. Passado um ano vemos que é um governo de blefe,
de agredir adversário na internet, é um governo destrambelhado. E na pauta
econômica, eles são ruins e atrasados. Um exemplo é a reforma da previdência.
Prometeram que seria a redenção do país, mas o discurso era um verdadeiro
engodo. A previdência não resolve a economia, é a economia que resolve a
previdência. O Governo atenta contra os direitos dos trabalhadores, frentes
sindicais e todos os movimentos sociais organizados. Além disso, Bolsonaro tem
uma obsessão: odeia a educação, ciência e tecnologia. Portanto, é um Governo de
pauta errada. Eu, sinceramente, gostaria de chegar ao fim deste ano tendo que
dar o braço a torcer, dizendo que Bolsonaro está fazendo um bom Governo. Mas
não é esse o caso. Infelizmente, Bolsonaro faz uma péssima gestão.
Viés
ditador dos bolsonaristas
O Congresso, em sua maioria,
infelizmente tem seguido o caminho da pauta errada. As matérias que estão sendo
aprovadas em Brasília não ajudam o país a sair da crise. Agora, evidentemente,
existe uma reação e estamos tendo algumas vitórias pontuais em temas
importantes que o Governo Federal está tentando empurrar goela abaixo da nação.
A principal característica de 2019 é que os presidentes Rodrigo Maia, da
Câmara, e Davi Alcolumbre, no Senado, estão compromissados com as instituições
democráticas, isto é inegável. Eles se comprometem com uma pauta econômica que
eu julgo errada, que é ruim para o Brasil, mas na pauta política, como um todo,
eles são coerentes no que diz respeito ao Congresso ser salvaguarda da
democracia brasileira.
Impeachment
de Bolsonaro?
Não há razões para pensar no impeachment
do Bolsonaro. Nós não podemos aplicar ao Bolsonaro o equívoco que foi cometido
com a Dilma, que foi cassada sem crime de responsabilidade. Para impedir o
Presidente da República é preciso que haja crime de responsabilidade claramente
tipificado. Não houve com a ex-presidenta Dilma, que foi cassada politicamente,
com não há até este momento por parte do presidente Jair Bolsonaro. Ele comete
atrocidades, uma atrás da outra, mas nenhuma, até este momento, configura como
crime de responsabilidade.
Anulação
da chapa Bolsonaro/Mourão por Fake News
O processo político que elegeu Bolsonaro
foi fraudulento. Hoje, nós sabemos que existe uma milícia digital que
influencia a opinião pública. Eu, por exemplo, represento nossa bancada na CPMI
da Fake News e lá estamos vendo a comprovação de crime no processo eleitoral
pelos bolsonaristas. Crime eleitoral sim, ele cometeu e deve ser punido. Sobre
o impeachment, até agora ele não cometeu crime de responsabilidade. Ainda...
Obras
no MA
É o caso de batermos palmas para o
Governador Flávio Dino e toda sua equipe. A crise brasileira é muito grande,
alguns estados não estão conseguindo nem pagar os salário, como é o caso do Rio
de Janeiro, mas o Governador Flávio Dino mantém a máquina pública em
funcionamento e em expansão, permanentemente ampliando os serviços de saúde e
educação. Em meio à crise nacional, o Maranhão é o único estado do país que
tem, efetivamente, uma agenda de entrega de obras e inaugurações.
Reforma
da previdência
Eu votei contra a reforma da
previdência, com muita convicção. Como disse na época, não vi nessa proposta de
reforma nada que viesse a melhorar o direito a previdência e a seguridade
social. Pelo contrário, ela tira milhões de pessoas da possibilidade de se
aposentar, cria restrições e gera dificuldades, não aperfeiçoa esse direito
essencial.
Reforma
tributária
O governo Bolsonaro também bate cabeça
nessa reforma tributária. Temos várias proposições em andamento na Câmara e
vamos esperar passar o recesso parlamentar para ver o que é possível votar. O
fundamental é buscar justiça tributária e fiscal no país. Nós temos uma concentração de renda muito
grande. Apenas 1% da população possui 25% da renda nacional, isso é injusto, é
brutal. Precisamos acabar com essa desigualdade, é pouca gente rica e muita
gente pobre. Os impostos precisam ser cobrados de maneira progressiva e aqueles
que mais possuem riquezas, devem contribuir mais, para que o governo possa
estender as políticas públicas para todos. Existe um debate falso. Argumentam
que é preciso diminuir o papel do Estado. Ora, o que nós precisamos fazer é que
o Estado chegue para todos. E uma reforma tributária necessária é aquela com
justiça social.
Fundo
eleitoral
Mentiram no debate quando disseram que
foi retirado dinheiro de saúde e educação para incrementar o fundo eleitoral.
Mentira. A proposta que chegou na Câmara sobre o fundo eleitoral foi aprovada.
As propostas para saúde e educação foram incrementadas. Ou seja, receberam mais
recursos. A questão é: quem vai financiar a democracia? Os ricos? O setor
privado? Ou nós precisamos democratizar o processo político com financiamento
público? Eu defendo que nós, cada vez mais, ampliemos a democracia brasileira.
Quando mais gente participando do processo democrático, melhor. Não podemos
reduzir a política apenas aos endinheiradose e é isso que está no cerne da
questão do fundo eleitoral.
PCdoB
na prefeitura em São Luís
O PCdoB, evidentemente, tem uma
responsabilidade muito grande com o Maranhão, nós somos o partido que desde
2015 lidera uma coalizão que governa o Estado sob o comando do Governador
Flávio Dino, um grande estadista, um líder de muita visão e capacidade,
reconhecido por todos no Brasil. Seria estranho, portanto, que o PCdoB não
tivesse um posicionamento nas eleições de 2020 em São Luís. Teremos sim. São
dois nomes que aspiram essa indicação, o deputado federal licenciado, Rubens
Junior, e o deputado estadual Duarte Junior. Ontem eu vi a manifestação do secretário
Jefferson Portella e fiquei contente também pelo interesse dele. Então, veja
só, que problema bom o PCdoB tem: são três ótimos nomes para definirmos até
março quem será escalado para essa missão. Vamos apresentar um desses três
nomes para nossa base aliada, que também tem diversos nomes em debate, e vamos
juntos construir um caminho vitorioso, como foi em 2012, 2016, e como será em
2020.
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