segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Preso acusado de integrar quadrilha que fraudava pagamentos de mensalidades de universidade privada; polícia procura restante do bando


O homem identificado como Raphael Kennerson de Oliveira Silva, de 33 anos, foi preso, na tarde desta segunda-feira (02), por policiais do Departamento de Combate a Crimes Tecnológicos da Superintendência Estadual de Investigação Criminais (Seic), em cumprimento a mandado de prisão expedido pela juíza  Janaina Araujo de Carvalho, da Central de Inquéritos de São Luís.

Raphael Silva é acusado de participar de uma quadrilha de estelionatários que estavam aplicando golpes em nome de uma Universidade particular. 

A polícia não informou o nome dessa Universidade, mas, segundo algumas vítimas, trata-se do CEUMA.

Os golpistas se passavam por responsáveis pelo setor financeiro da instituição de ensino, oferecendo descontos nas mensalidades dos alunos, que depositavam e transferiam valores para contas de integrantes da quadrilha.

Os golpistas chegaram a criar um perfil no Instagram para oferecer serviços de descontos e abonação de mensalidades. Eles criaram, ainda, um site falso como se fosse de fato da Universidade.

As investigações contra essa quadrilha continuam a fim de identificar e localizar os demais comparsas de Raphael Silva.

Pelas informações, Raphael Silva é natural de Vitória do Mearim e irmão da atual secretária de saúde do município, Emanuella Linkia, e filho do ex-vereador Zé Domingos.

Após os procedimentos de praxe, ele foi encaminhado ao Complexo Penitenciário de Pedrinhas, onde ficará à disposição da Justiça.

Condenado por atear fogo na própria casa após desentendimento com a companheira

Raphael Silva foi preso em março de 2013 após atear fogo na própria residência em que ele vivia com a companheira e um filho de apenas 4 meses. Por esse crime, ele foi condenado, no dia 21 de agosto deste ano, a 6 anos, três meses e 30 dias de reclusão, mas com direito a apelar em liberdade.

Sobre esse crime, uma testemunha relatou à polícia que estava passando pelo imóvel quando avistou a vítima no carro da família com o filho do casal de apenas quatro meses de vida no colo, tendo esta lhe pedido ajuda informando que o acusado estava fora de si. O homem disse que passava em frente a casa e avistou Raphael com um pano já em chamas falando que incendiaria o imóvel.

“Diante das negativas do réu em parar o intento criminoso, o depoente saiu para chamar o irmão da vítima, contudo, ao retornarem, o acusado já havia ateado fogo no quarto, destruindo a cama, guarda-roupas e aparelho de ar condicionado. A vítima Amanda Mesquita de Brito ratificou a versão apresentada pela testemunha Adailton, acrescentando, ademais, que convive maritalmente com o mesmo há dois anos e que no dia dos fatos havia discutido com o acusado em razão deste ter chegado tarde em casa. Por fim, firma que apesar da conduta incendiária, o réu não empregou violência contra si ou contra a testemunha. O réu asseverou que havia brigado com a vítima Amanda por ter chegado tarde em casa, tendo ficado transtornado ao ponto de não se lembrar do ato criminoso que lhe imputado, bem como que apenas recorda de ter acordado na delegacia de polícia. Afirma, por fim, que havia ingerido bebida alcoólica e consumido crack no dia anterior”, destaca um trecho da sentença.

Mesmo preso, Raphael tinha empresa contratada pela Prefeitura de Vitória do Mearim

Em 2015, a prefeita Dóris de Fátima Ribeiro Pearce (PV), de Vitória do Mearim,  de Raphael Kennerson, que estava preso na Penitenciária Agrícola de Pedrinhas, em São Luís.

A empresa é a K R Construções Elétricas Ltda, com sede no povoado Acoque, em Vitória do Mearim. À época, o valor do contrato não foi divulgado no Extrato do Diário Oficial.

Pelas informações, para contratar a empreiteira para realizar serviços de infraestrutura urbana no município vitoriense, a prefeita Dóris teria ignorado o cadastro de idoneidade, espécie de banco com informações que tem como objetivo consolidar a relação das empresas e pessoas físicas que sofreram sanções das quais decorra como efeito restrição ao direito de participar em licitações ou de celebrar contratos com a Administração Pública.

Foi por causa da decisão da prefeita Dóris que, mesmo atrás das grades, Raphael Kennerson, conseguiu manter a empresa com contratos em Vitoria do Mearim e em vários outros municípios. O processo em que o ‘empresário-presidiário’ estaria envolvido trata sobre ação criminal que tramita na justiça desde 2007, conforme documentos em anexo.

A principal atividade econômica da empresa K R Construções são obras de instalação e manutenção elétrica. Entre trabalhos secundários, a construtora também realiza serviços de construção de edifícios, realiza coleta de resíduos não perigosos, dentre outras atividades. O contrato entre a prefeitura de Vitória do Mearim e a K R Construções foi assinado no dia 25 de fevereiro de 2013 pelo presidente da CPL, Luiz Carlos Pereira Figueiredo e o próprio Raphael Kennerson. O ato só foi publicado quatro meses depois no Diário Oficial do Estado.




Nenhum comentário:

Postar um comentário