Promotoria
do Idoso busca saber se a idosa Ana Benedita Figueiredo era vítima de algum
tipo de violência antes de ser internada no hospital. Filha continua presa em
São Luís.
A Promotoria de Defesa do Idoso do Maranhão
vai investigar se a idosa Ana Benedita Figueiredo, de 68 anos, que foi flagrada
sendo asfixiada pela própria filha em um leito do Hospital Dr. Carlos Macieira
em São Luís, era vítima de algum tipo de violência antes de ser internada no
hospital.
De acordo com o Augusto Cutrim, promotor do
idoso, serão analisados como essa idosa vivia, qual era a relação dela com a
filha, Luciana Paula Figueiredo e os cuidados que ela tinha em casa. Além
disso, a promotoria quer saber se a doença na qual ela foi internada no
hospital é recente ou antiga e se ela tem alguma relação com os possíveis maus
tratos que ela poderia estar sofrendo.
“Vamos saber se realmente antes dessa
tentativa de homicídio foi registrado algum tipo de maus tratos anteriormente.
Por exemplo, será se a medicação dela estava correta? Será se estavam dando
algum outro tipo de medicação, reduzindo ele de alguma forma? Qual era o estado
de saúde dela e se isso se agravou ao longo do tempo ou muito rapidamente? São
perguntas que precisam ser respondidas. E os demais familiares dela [da idosa],
onde estão?”, explicou.
Segundo o promotor, muitos casos de
violência contra o idoso no Maranhão são identificados quando as famílias
procuram asilos para internar idosos, alegando não ter tempo e nem condições
para cuidar deles. Para a promotoria, isso é visto, na maioria das vezes, como
uma forma de se livrar daquela pessoa.
“A responsabilidade primeira é da família.
Não pode achar porque o seu pai, mãe, avô ou avó envelheceram, ou estão com
alguma limitação corporal, porque houve queda na autonomia ou independência
dessa pessoa que você pode descartá-lo. É comum aparecer na promotoria famílias
aparecendo querendo colocar os seus em asilos, porque a justificativa é que
eles não dão mais conta, que eles não tês mais condições de saúde para cuidar
dos idosos, é uma forma de se livrar daquela pessoa. Parece que o idoso não é
mais gente, não é mais portador de direito, ele virou um objeto”, disse.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES)
informou que a idosa continua internada no Hospital Carlos Macieira e que o
estado de saúde dela é considerado estável. Ana Benedita Figueiredo possui um
quadro de embolia pulmonar, e está internada na unidade desde o dia 19 de
janeiro.
Prisão
em flagrante
Luciana Paula Figueiredo, filha da idosa,
continua presa em São Luís e foi indiciada por tentativa de homicídio. O
inquérito que investiga o caso tem mais sete dias para ser concluído e está
sendo investigado pela Delegacia do Idoso em São Luís. A principal suspeita é
que ela tenha tentado matar a mãe para tentar se livrar dos cuidados que tinha
com ela.
A polícia deve interrogar a suspeita mais
uma vez, além das testemunhas que ainda não foram ouvidas. Uma das pessoas que
fez as imagens disse ao delegado do idoso, Roberval Rodrigues, que está
sofrendo ameaças e intimidações por conta das imagens que foram feitas no dia
do crime.
“Falei com uma testemunha pelo telefone,
intimando ela por telefone, e ela me falou que apareceu um parente dela
[Luciana Paula], para saber quem tinha sido as pessoas que tinham gravado,
filmado, esse tipo de intimidação. Vamos apurar isso”, disse o delegado.
Entenda
a tentativa de assassinato
Luciana Paula Figueiredo, de 32 anos, foi
presa em flagrante nessa terça-feira (28) por suspeita de tentar matar por
asfixia a mãe, a idosa Ana Benedita Figueiredo, de 68 anos, em um leito no
Hospital Dr. Carlos Macieira, em São Luís.
O crime foi filmado por acompanhantes de
outros pacientes que estavam na mesma enfermaria e perceberam uma movimentação
estranha no leito. O vídeo mostra a idosa sendo asfixiada pelo nariz e pela
boca, com a ajuda da mão da filha, que ainda usa um lençol para impedir que ela
consiga respirar.
A idosa está internada desde o dia 19 de
janeiro com um quadro grave de embolia pulmonar. Ela chegou a ter uma melhora e
foi transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para um dos leitos do
hospital, quando sofreu a tentativa de homicídio. Por conta do crime, ela teve
que ser levada de volta à UTI.
Em depoimento à polícia, a filha negou o
crime, afirmou que tem uma boa relação com a mãe e disse que colocou a mão na
boca da mãe por outra finalidade.
Com informações do G1 MA
Nenhum comentário:
Postar um comentário