Na manhã desta sexta-feira (09) uma grande manifestação foi realizada na região central de Coroatá, a 251 km de São Luís. A população saiu às ruas para cobrar justiça e pedir agilidade nas investigações do caso de assassinato da jovem Ana Carolina da Silva Carvalho, de 17 anos.
Carol, como também era conhecida por familiares e
amigos, foi assassinada a tiros na madrugada da última segunda-feira (05),
quando, de acordo com o companheiro da vítima, o cabo PM Gilgleidson Pereira
Melo, houve uma troca de tiros entre ele e suspeitos que tentavam invadir a
residência do casal. A família não acredita na versão, visto que, o policial
tem histórico de violência. Ele é o principal suspeito do feminicídio.
Presente no ato público, o secretário de Estado de Segurança Pública Jefferson Portela, acompanhado da cúpula da segurança do estado, fez um discurso firme e afirmou que o crime será elucidado, inclusive com a intervenção do alto comando, que estará presente em Coroatá durante os próximos dias.
A primeira ação tomada pelo secretário foi a mudança do comandante da polícia militar. Saiu o Major Frans e assumiu o também Major Luís Augusto.
Segundo o secretário, a autoridade policial não agiu corretamente na apuração do crime.
“Compete às autoridade policiais ouvir a narrativa de
qualquer fato criminoso e compete, como consequência, a agir de acordo com a
verdade. Uma narrativa inicial pode corresponder a verdade e pode corresponder
a uma não verdade, uma inverdade. E cabe ao chefe de polícia local, o delegado,
o comandante averiguar o que se deu. Porque nós estamos falando aqui de uma
perda de uma vida humana por ação humana, portanto crime. Está lá o corpo
baleado, crime. O fato é crime. Quem foi a autoria? Cabe as autoridades
policiais definir. E a narrativa inicial se fosse questionada pelo comandante
com rigor e pelo delegado, os dois teriam que autuar o autor do fato, sem
nenhuma dúvida”, explicou Portela.
O secretário da SSP-MA afirmou, ainda, que o novo comandante do 24º BPM, o major Luís Augusto, e os demais delegados responsáveis pelo caso vão checar todos os atos de polícia dentro do inquérito e averiguar o que foi feito que deve ser aproveitado e o que deixou de ser feito e deve ser apurado.
“Dentro da lei o policial tem nosso apoio total, fora
dela não tem apoio nenhum. E para nós não interessa quem foi autor de crime.
Havendo autor, seja quem for, será responsabilizado”, afirmou Jefferson
Portela.
Prisão em Timon
No início da tarde desta sexta-feira (9), Jefferson Portela informou que o cabo Gilgleidson Pereira Melo foi preso na cidade de Timon.
“Ele acaba der ser preso na cidade de Timon e será recambiado imediatamente para São Luís. Doutora Wanda (chefe do Departamento de Feminicídio de São Luís) já tinha vindo à Coroatá, inicialmente, e já tinha tomado as providências e formalizou um pedido de prisão preventiva, que foi prontamente deferido pela juíza plantonista e, de imediato, as buscas foram prosseguidas para todos os comandos de Polícia Civil e Polícia Militar. E ele foi localizado na cidade de Timon e recebeu voz de prisão”, informou o secretário da SSP-MA.
O crime
De acordo com informações da Polícia Civil do Maranhão, o corpo de Ana Carolina, de 17 anos, foi encontrado na rua Campo Agrícola, bairro Mocó, no interior do sítio onde residia com o policial militar, na cidade de Coroatá.
Após o crime, o cabo Gilgleidson Pereira foi levado à
delegacia e afirmou que, durante a madrugada de segunda, por volta de 1h, ele
estava fora de casa, quando recebeu uma mensagem da companheira informando que
teria algumas pessoas no quintal tentando invadir a casa. O PM alegou que teria
pedido a moto de um amigo emprestada e foi até o sítio. Chagando lá, ele teria
sido recebido a tiros e atirou contra os criminosos. Durante o tiroteio, Ana
Carolina acabou sendo baleada e morta.
Porém, segundo o delegado Jefferson Portela, a Polícia Civil não identificou indícios de que isso tenha acontecido.
“A delegada Wanda esteve no local dos fatos e conversou com os moradores. O local é iluminado e ninguém viu a chegada de qualquer pessoa ou qualquer confrontação com atacantes externos à casa do policial. E, detalhe, que essa casa fica a 900 metros do quartel da Polícia Militar, não houve pedido de socorro, não houve ações de captura dos autores citados, nenhum fato que fosse constado no sentido de dar veracidade a alegação de ataque de criminosos feito contra a casa. Infelizmente, isso não é verdade”, declarou o secretário.
Ainda de acordo com o secretário Jefferson Portela, o cabo Gilgleidson Pereira foi trazido para São Luís em um helicóptero do CTA, onde será reinquirido pela delegada Wanda Moura e deverá responder pelo crime de feminicídio.
Com informações do G1 MA
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