Fernanda Conceição Mota dos Santos, 20 anos, usou as
redes sociais para desabafar sobre o caso, que aconteceu na manhã dessa
quinta-feira (26). Ela prestou queixa na
Casa da Mulher Brasileira, que recebe denúncias de violência contra a mulher.
Uma estudante do curso de Nutrição foi vítima de importunação sexual
dentro um ônibus do transporte público da linha Raposa/São Francisco, em São
Luís. Fernanda Conceição Mota dos Santos, 20 anos, usou as redes sociais para
desabafar sobre o caso, que aconteceu na manhã dessa quinta-feira (26).
A jovem explicou que estava no ônibus indo para a faculdade, quando um homem, que havia subido no mesmo ponto que ela, encostou as mãos e o corpo nela e chegou a ficar excitado.
“Após umas pessoas saírem, eu fui um pouco pro lado e ele me prendeu,
ficando com as duas mãos entre mim, eu fiquei presa. E aí comecei a sentir ele
encostando em mim, tanto a mão quanto o corpo dele em si. Na hora fiquei
completamente sem reação, eu não sabia o que fazer, então eu comecei a ir me
afastando um pouco pro lado. Eu estava de frente pra ele, mas não queria ficar
nessa posição, olhando no rosto dele, então virei de costas e comecei a sentir
o ônibus balançando e ele vindo pro meu lado. E fui me afastando e, quando
olhei de canto de olho, eu que vi que ele estava excitado. Então eu fiquei
chocada com a situação”, contou a estudante.
Fernanda disse depois da situação constrangedora, ela tentou sair de
perto do homem aos poucos, pois estava muito assustada, porém com medo de falar
algo e ele a agredir. Uma passageira que estava no ônibus viu a situação e
começou a gritar com o homem, pedindo para ele se afastar da vítima. Ele negou
o assédio dizendo que a mulher estava louca.
“Eu estava em estado de choque, não chorei, não gritei, não disse nada.
Até que a moça que me socorreu me deu um lugar para sentar e eu desabei a
chorar. Outras mulheres vieram falar comigo, me abraçaram, me deram um lenço
para eu enxugar meu rosto. Eu me senti a pessoa mais impotente do mundo. Eu não
tinha forças para fazer nada. Eu fiquei sem reação. Então, se ela não tivesse
falado, aquilo teria ido até eu descer do ônibus”, contou a estudante.
A estudante disse que a mulher continuou a gritar, até que alguns passageiros, que estavam no fundo do coletivo, se manifestaram e obrigaram o homem a descer do ônibus.
“Ela começou a gritar e dizer que ele estava se encostando em mim. Após a
reação dela, me senti confortável pra sair do lado dele e ir pra outro lado. Eu
saí de lá e fiquei entre duas moças, que me seguraram. Enquanto isso a outra
moça continuou a gritar que no ônibus não tinha homem, porque senão já tinham
expulsado ele do ônibus. E ela gritando, xingando ele e ele dizendo que não
tava fazendo nada, que ela era louca. E, tipo, ninguém, teve reação de nada, os
homens ficaram quietos”, relatou Fernanda.
Após expor o caso nas redes sociais, Fernanda disse que outras mulheres
comentaram que haviam passado por casos semelhantes e a instruíram sobre como
denunciar o caso, mesmo sem ter foto, vídeo ou outra prova do crime.
Na manhã dessa sexta (27), ela prestou queixa na Casa da Mulher
Brasileira, que recebe denúncias de violência contra a mulher.
Segundo a delegada Kazumi Tanaka, titular da Delegacia Especial da Mulher
(DEM), uma pesquisa encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública aponta
que o transporte público é onde as mulheres sentem que há maior risco de sofrer
algum tipo de assédio.
Com informações do G1 MA
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