Fotógrafo registra
dramática rotina de brasileiros que buscam sustento e comida no lixo em cidade
no interior do Maranhão
No Brasil de Bolsonaro, falta comida
na mesa de milhões de pessoas. Com queda na renda, persistência do desemprego e
inflação que não para de subir, o problema da fome se agrava e obriga famílias
no país inteiro a passar por situações degradantes para sobreviver.
Flagrantes ilustram este drama, como a busca desesperada por ossos, sobras de peixe e comida vencida. Para uma parte desses desassistidos, resta procurar renda e comida no meio dos lixões que persistem em 2.612 cidades espalhadas pelo território nacional, apesar de leis e programas tentarem erradicá-los.
Essa dura realidade está presente
principalmente em cidades médias, como Pinheiro,
município situado no Maranhão, a 112,9 km de São Luís, onde fica o lixão da
Piçarreira.
Localizada na microrregião conhecida
como Baixada Maranhense, a cidade tem cerca de quase 100 mil habitantes. Em
Pinheiro, dezenas de catadores dão rosto à fome que avança no país – eles
disputam com urubus os restos de comida que encontram; trabalham sem proteção;
e enfrentam as situações mais insalubres, em cenas devastadoras que se
reproduzem há décadas.
Pela lei que instituiu o Marco do Saneamento, em 2020, locais como o lixão registrado por esta reportagem não poderão mais existir no Brasil até 2024. Em 2019, já na atual gestão do governo federal, o Ministério do Meio Ambiente lançou um programa de financiamento chamado Lixão Zero, que investiu pouco mais de R$ 100 milhões para ajudar a fechar 644 lixões até o momento, 19,9% do total.
Até agora não houve esforço no
sentido de melhorar essa estatística no município maranhense governado pelo
prefeito Luciano Genésio (PP). Diariamente, caminhões e tratores da prefeitura
vão ao lixão jogar todo tipo de material reciclável e orgânico, incluindo
restos de animais. No local, também são descarregados caminhões limpa-fossa de
empresas particulares, que despejam dejetos humanos em uma área de passagem da
comunidade e próxima de rios onde há atividade de pesca como parte da
alimentação das famílias de catadores do bairro Cidade das Águas.
As famílias se deslocam cedo para o
lixão à procura de recicláveis, como plástico e alumínio. As mulheres buscam
roupas, bem como restos de comida, a fim de fazer ração para animais que criam
em suas casas, como galinhas e porcos, que constituem outra fonte de alimento
para os catadores. Os alimentos encontrados na sujeira servem, porém, para o
consumo dessas pessoas nos momentos em que não é mais possível aguentar a fome.
Dona Maria é catadora e faz o
trabalho junto a seus filhos e netos. Ela diz que tem vergonha de admitir que
come mantimentos achados no lixão, mas que, às vezes, a fome é tanta que não há
outra coisa a ser feita senão consumir o que encontra. A maioria da comida é
resto que vem da cidade ou alimentos com a validade vencida jogados fora por
mercados, padarias e lanchonetes.
Jean Carlos Barroso Vilar trabalha
com material reciclável e como catador de lixo há 22 anos. Recentemente, teve a
ideia de iniciar uma associação de catadores de lixo da Piçarreira. Por meio da
entidade, acionou o defensor público Eurico Arruda, que tem tentado ajudar a
comunidade.
O defensor público entrou em contato
com Bianca Kelly, que é secretária dos Direitos Humanos, Família e Mulher do
município de Pinheiro. Ambos se propuseram a apoiar a causa dos catadores
oferecendo suporte e aconselhamento jurídico para que uma associação seja
criada.
Jean fala com uma espécie de
resignação machucada sobre o ofício do catador de lixo que exerce e as
dificuldades do dia a dia.
“A gente já se acostumou a ninguém
olhar pra gente. O político só olha pra nós na hora da eleição. Viver nessa
situação faz a gente se adaptar e se acostumar. Eu trabalho como catador há 22
anos em lixão, e com reciclagem. Em todo esse tempo que trabalho, a necessidade
é a mesma: sobreviver. É pela precisão (necessidade). Eu como do lixo porque é
pela necessidade de viver, e não tenho vergonha disso. Se der pra comer, eu vou
comer.”
O defensor público Eurico Arruda
falou com a reportagem sobre a forma como as imagens vistas no lixão o
impactaram.
“Eu tive o primeiro contato com Jean
e depois fui à comunidade. Ao chegar lá, fiz uma reunião com os catadores antes
de o caminhão de um supermercado chegar. Foi quando fiz um vídeo estarrecedor
mostrando o caminhão despejando lixo, e os catadores, incluindo crianças e
mulheres grávidas, correndo atrás e brigando pelos alimentos. Aquelas imagens
me marcaram de tal forma que até hoje meus pensamentos não saem daquele lugar.
É chocante e aterrorizante ver a realidade cruel da fome desgraçando a vida de
um ser humano. É um filme que está em minha cabeça que tenho que lutar para
mudar.”
Avanço atroz da fome
O Metrópoles vem registrando o drama
do avanço da fome como nesta reportagem especial que mostrou a piora na
qualidade da alimentação dos brasileiros nos últimos anos, agravada no período
pandêmico.
Diferentes pesquisas estimam que
entre 19 e 30 milhões de brasileiros estão passando fome. Mais da metade da
população não consegue se alimentar de maneira saudável – muitas vezes, essas
pessoas comem o que encontram, e não o que gostariam.
Persistência dos lixões
Ainda existem no país 2.612 lixões em
operação, segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de
Resíduos e Efluentes (Abetre). Desses, 98 estão na Região Sul; 356 no Sudeste;
342 no Centro-Oeste; 390 no Norte e 1.426 no Nordeste, que tem a maior
concentração.
O que diz o Defensor Público
Em resposta ao Metrópoles, no
Twitter, o Defensor Público, Fernando Eurico, disse:
“A atividade nossa, como Defensor
Público em Pinheiro, Maranhão, teve grande sucesso. Através de uma audiência
pública, criamos uma associação de catadores e o poder público municipal
instituiu uma renda mínima de 100 reais e cesta básica mensais para cada
catador”.
Fonte: Portal Metrópoles (com acréscimos)
O grandississimo ministro da deseconomia disse que o crescimento economico esta superior a media mundial!maior comediante desse país ele e o coisa ruim do bostonaro
ResponderExcluirQue título tendencioso e quem é o governador do Maranhão ...? O que você ganhar com isso omitido o nome do governador
ResponderExcluirEita blogueiro cínico... Pinheiro tem um prefeito aliado do teu Governador comunista e a culpa é do Presidente BOLSONARO... é muita CARA DE PAU DE VCS.
ResponderExcluirBlogueiro babão do comunista Flávio Dino que aliás trouxe de volta a miséria pro nosso estado.....
ResponderExcluirMas tem muito otário que defende o MITO, o lixo do Bolsonaro.
ResponderExcluirÉ cada besteira que o blogueiro dinista escreve, não se esqueça o prefeito dessa cidade é aliado do governador das propagandas caras e mentirosas, é bom lembrar que os últimos dados do IBGE mostram que a vida dos maranhenses piorou na gestão comunista.
ResponderExcluirE o gado continua defendendo o mico!gasolina qse 8 reais pobreza extrema no brasil e o gado e seu argumento de comunismo!vao pastar
ResponderExcluirBrasil de Bolsonaro, mas a cidade é no estado governado porFlávio Dino...
ResponderExcluirAinda bem Gilberto que você próprio mostrar a realidade do MARANHÃO...o estado ficou na miséria depois que esse tal de Flávio não sei o quê entrou ai.
ResponderExcluirno maranhao do comunista flavio dino,essa e a grande verdade
ResponderExcluir