sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Homem que matou duas mulheres em São José de Ribamar é condenado a mais de 18 anos de prisão por um dos crimes; ele está foragido

Taynara Machado Sousa foi morta no dia 5 de dezembro de 2018, no bairro Juçatuba, em São José de Ribamar, na Região Metropolitana de São Luís. O corpo dela foi encontrado três dias depois do crime.

O 3º Tribunal do Júri de São Luís condenou, nesta sexta-feira (27), o réu Marcos Vinicius Rocha, de 36 anos, a 18 anos e nove meses de reclusão, pelo feminicídio de Taynara Machado Sousa.

A mulher foi morta no dia 5 de dezembro de 2018, no bairro Juçatuba, em São José de Ribamar, na Região Metropolitana de São Luís. O corpo da vítima foi encontrado despido, três dias depois do crime.

O juiz substituto Milson Reis de Jesus Barbosa, que presidiu o julgamento, negou ao réu o direito de recorrer da decisão do júri em liberdade.

Segundo a denúncia do Ministério Público do Maranhão (MP-MA), Marcos Vinicius estuprou e matou Taynara Machado com golpes de faca. Ainda, conforme os autos, o corpo da vítima foi encontrado em um matagal, no dia 8 de dezembro, já em estado avançado de decomposição. O sinal do celular do acusado indicou que estava na região do local onde o crime foi praticado.

Diante dos fatos, o homem foi denunciado pela prática dos crimes de estupro e homicídio qualificado por feminicídio.

No julgamento do réu, atuou na acusação o promotor de Justiça Lúcio Gomes. Já a defesa ficou a cargo da defensora dativa Giovanna Regis Said. O magistrado José Ribamar Goulart Heluy Júnior, titular da 3ª Vara do Tribunal do Júri, supervisionou a presidência do júri realizada pelo juiz substituto Milson Barbosa.

Durante o júri, o promotor pediu a condenação do acusado pelo crime de homicídio qualificado por feminicídio e absolvição pelo estupro. Já a defesa requereu absolvição do acusado por ausência de provas.

Na sentença condenatória, o juiz destacou que, “a culpabilidade do acusado deve aumentar a pena pela exteriorização da vontade dele em cometer o crime, muito além do normal, devendo sofrer maior censura, demonstrada pela premeditação e frieza com que o crime foi praticado, visto que a vítima foi atraída para o local do crime, inclusive sendo admitido pelo acusado a condução da vítima para o referido local em sua própria bicicleta.”

Ainda na sentença, o magistrado pontuou que “as circunstâncias do crime de homicídio são desfavoráveis ao acusado, porque o crime foi praticado em um local ermo, a fim de garantir a impunidade.”

Marcos Vinicius, que já esteve preso durante a ação penal, está foragido.

Condenado é investigado por outro crime semelhante

No dia 1º de março de 2019, Marcos Vinicius Rocha foi preso pela Polícia Civil, por meio da Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), por suspeita de estuprar e assassinar Aridelma de Fátima Oliveira Bezerra, de 38 anos.

O corpo da vítima foi encontrado no dia 5 de fevereiro do mesmo ano, em uma área de matagal em São José de Ribamar, na mesma região em que o corpo de Taynara Machado Sousa foi encontrado.

De acordo com a polícia, o corpo de Aridelma estava despido e com sinais de violência sexual.

Em depoimento, Marcos Vinicius confessou o crime contra Aridelma e ainda declarou que havia matado Taynara Machado no mesmo matagal onde deixou o corpo de Aridelma. No entanto, o homem negou os estupros, alegando que as relações foram consentidas.

Com a confirmação da morte de duas mulheres com o mesmo modus operandi, a Polícia Civil do Maranhão passou a tratar Marcos Vinicius como um possível assassino em série.

Marcos Vinicius disse que levou a primeira vítima até o matagal de bicicleta e que a segunda foi de mototáxi. Segundo a polícia, antes de ter confessado o crime, vários elementos já ligavam uma morte à outra, inclusive marcas dos golpes de faca.

"Apareceram semelhanças do modus operandi, semelhança entre os vestígios encontrados no dia 8 de dezembro de 2018 com vestígios encontrados no dia 5 de fevereiro de 2019", afirmou o diretor do Instituto de Criminalística, Robson Mourão.

A polícia descobriu, também, que o homem já havia sido condenado por tentativa de estupro em 2004, na cidade de Viana, na baixada maranhense. Por isso, a polícia acreditava que ele poderia ter feito outras vítimas na cidade ou em São Luís, onde morava há cinco anos, quando foi preso.

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