Na manhã desta quinta-feira (14), a Polícia Federal
deflagrou uma operação no âmbito de um inquérito que investiga uma série de
ataques à população quilombola residente nos Quilombos Marmorana e Boa Hora, em
Alto Alegre do Maranhão.
Segundo a PF, as agressões são imputadas a um
fazendeiro da região, identificado como Antônio Márcio de Sousa Oliveira, conhecido
como “Márcio da Exata Magazine”. Ele teria invadido as terras, onde moram mais
de 30 famílias, alegando ter comprado o território.
No entanto, uma Resolução da Comissão Interamericana
de Direitos Humanos concedeu medida cautelar em favor das comunidades
envolvidas, com base em documentos que comprovariam que o território é
quilombola.
As comunidades Marmorana e Boa Hora 3 também são
certificadas, desde 2007, como quilombolas, segundo a Fundação Palmares.
Ainda
assim, em 2022, vários episódios de violência e ameaças foram registrados na
região. De acordo com as investigações, o fazendeiro seria responsável por
incendiar residências, destruir lavouras e cercas, além de utilizar homens
armados para ameaçar e constranger os quilombolas, impedindo que a população
faça uso da terra para sua subsistência alimentar e cultural.
Diante do impasse, o Ministério Público Federal
(MPF) já opinou de forma favorável à reintegração de posse para as comunidades
quilombolas.
Na operação desta quinta-feira (14), foram cumpridos
quatro mandados de busca e apreensão e um mandado de intimação de medidas
cautelares em São Mateus do Maranhão, Alto Alegre do Maranhão e Bacabal.
Segundo a PF, o fazendeiro pode responder pelos
crimes de incêndio qualificado e ameaça, além de porte ilegal de arma de fogo.
Chegou à área em maio de 2022,
foi preso, mas pagou fiança de R$ 30 mil
Pelas informações, desde que chegou ao território,
em maio de 2022, Antônio Márcio de Sousa Oliveira acabou com a paz dos
moradores de Mamorana e Boa Hora III. Acompanhado de vários homens
desconhecidos em caminhonetes e tratores, o empresário e fazendeiro invadiu o
terreno sob a alegação de que teria comprado a área. Ele proibiu os
quilombolas do Maranhão de trabalhar na terra, denunciam os moradores.
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Casas do quilombo foram incendiadas a mando do fazendeiro em 2022 |
“Esse ano (em 2022) fomos impedidos de trabalhar na
nossa terra, onde nascemos e fomos criados, ele tomou de conta de tudo. No
final de outubro, quando chegamos na roça, ela estava queimada. Mas a gente foi
tentar aproveitar a roça assim mesmo e tinham drones nos espiando. A situação é
complicada, ele desmatou quase tudo, derrubou palmeiras de babaçu, e tudo isso
com homens armados dentro”, relatou.
Em 18 de outubro de 2022, uma ação integrada entre a
Polícia Civil e a Polícia Militar do Maranhão, com apoio da Secretaria Estadual
do Meio Ambiente (Sema), flagrou desmatamento ilegal de 73 hectares de mata
nativa e de palmeiras de babaçu, realizado por Antônio Márcio, que por não
possuir a licença de autorização de supressão vegetal, foi preso em flagrante
pelos crimes ambientais. Ele pagou uma fiança no valor de 30 mil reais e saiu
em liberdade.
Novo ataque em novembro de
2022
No dia 18 de novembro de 2022, duas casas foram
incendiadas nas comunidades quilombolas unificadas de Marmorana e Boa Hora III,
zona rural de Alto Alegre do Maranhão (MA). Segundo os quilombolas, o
empresário e fazendeiro Antônio Márcio de Sousa Oliveira foi o mandante da ação
criminosa que destruiu também o roçado onde a comunidade plantava alimentos
como, milho, arroz, e palmeiras de babaçu, uma das principais fontes
extrativistas das famílias que vivem ali.
No incêndio de uma das casas, havia uma mulher grávida de 6 meses, que passou mal. As famílias perderam tudo, incluindo objetos e documentos pessoais, e dependem da doação de cestas básicas.
“Há
muito tempo estamos à mercê desse homem. No dia 4 deste mês, os jagunços dele
apontaram uma arma para o meu cunhado e agora ele fez esse ato criminoso, que
foi queimar nossas casas. Queremos que tudo isso que está acontecendo com a
nossa comunidade seja público e chegue às autoridades, e que nos ajudem”,
afirma a trabalhadora rural Jessica dos Reis.
Jessica relata que não teve prejuízos, por sorte,
uma vez que não estava morando no imóvel e trabalhava em outra localidade. Mas
ia ao local todos os dias para mantê-lo limpo. A trabalhadora rural diz se
sentir constrangida e triste de ver todo o esforço de uma vida ser destruído
por meio do incêndio, e pede que Antônio Márcio seja retirado das terras.
“É um sentimento que não se apaga nunca, a gente
olhar para nossa casa e ver que tudo aquilo que tinha vontade de ter foi
destruído por um criminoso. Queremos ele fora da nossa comunidade para nos
deixar em paz”, diz Jessica. Ela lamenta ainda a destruição de um patrimônio.
“Meus filhos estão sentindo uma dor por ver a casa que eles nasceram e foram
criados queimada, as crianças sentem mais que a gente.”
Começou a doidice na Argentina. A extrema Direita vai acabar de lascar o país.
ResponderExcluirIncrível como o povo abestado idolatra psicopatas- talvez porque falam as merdas que gostam de ouvir( como bandido bom é bandido morto, todos têm que usar armas, direitos humanos é pra proteger bandidos, o ódio e o alimento que mantém a vida e por aí vai) ao ponto de elegê-los ao maior cargo do País. E o pior é que quando percebem que não podem perpetuar com as merdas no poder, começam a arquitetar um plano de golpe, passando uma imagem de vítima da perseguição de outros poderes, para receber o apoio dos zumbis que os seguem. Não foi diferente aqui. Graças a Deus, temos o Xandão que não se acovardou e meteu um monte de terroristas pra cadeia. E agora com Dinão, vai mandar o chefe maior e os filhos milicianos. Viva Lulinha. Viva democracia. Cuche Bozo e sua trupe
ResponderExcluirEsses fazendeiros não entendem que entendem que o tempo tenebroso passou, as milícias comandaram o país por causa de uns malucos que elegeram um psicopata mas agora lei tá voltando a ser respeitada e foi reforçada com Dinão ao lado de Xandão. Fora Bozolãndia, fora comprador de mansões com dinheiro público.
ResponderExcluirQuem apoia l4drao é l4drao
ExcluirEsquerda desgraça do mundo
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