O governador Flávio Dino entregou, na manhã desta terça-feira (2), a
reforma da Unidade Integrada João Paulo II, localizada no bairro Turu, em São
Luís. A obra foi executada com mão de obra de 40 detentos do sistema prisional,
que foram recebidos com aplausos por alunos e professores. Eles são participantes
do projeto 'Mutirão da Liberdade', provando que o Estado pode, de uma vez só,
assegurar educação de qualidade e garantir novas perspectivas de vida a quem
está privado de liberdade.
"O maior problema do Brasil se chama desigualdade. Desigualdade de
chances. Nosso Governo fez uma opção clara contra as desigualdades", disse
o governador enquanto conversava com internos e estudantes.
"São mais de 500 escolas reformadas e esta é a primeira em que há
esta parceria, em que pessoas que estão cumprindo pena ajudaram com o trabalho
e isso foi decisivo para que a obra acontecesse. É um modo de realizar dois
grandes objetivos, melhorar a educação e ao mesmo tempo propiciar caminho de
ressocialização para que esse interno possa exercer uma profissão produtiva e
com isso, ao saírem da penitenciária, possam se incorporar ao mercado de
trabalho e estarem realmente aptas a ajudarem a sociedade", defendeu o
Flávio Dino.
Esta primeira ação integra o projeto 'Mutirão da Liberdade', que objetiva
garantir a manutenção de unidades da rede pública estadual de ensino utilizando
mão de obra carcerária, a partir da parceria entre as Secretarias de Estado da
Administração Penitenciária (Seap) e da Educação (Seduc).
"Uma ideia fantástica, que surgiu sob a orientação do governador
Flávio Dino, e nos reunimos para encontrar uma forma de ajudar a
ressocialização e ao mesmo tempo cuidar das nossas escolas. Começamos por aqui,
uma escola num bairro central, muito populoso de São Luís, onde havia um clamor
muito grande e antigo por reforma", explicou o secretário de Estado de
Educação, Felipe Camarão.
O secretário de Administração Penitenciária, Murilo Andrade, disse que
inicialmente a comunidade no entorno da escola teve um certo receio com o
desenvolvimento do programa, mas que posteriormente todos puderam em seguida
ver a importância social da projeto. Ele explicou que a ideia, desde o
princípio foi essa, "mostrar para toda a sociedade o que a pessoa que está
privada de liberdade pode dar de retorno, mesmo estado encarcerado e, assim,
mudar a concepção de tantos de que não é possível dar oportunidades aos
egressos do sistema prisional".
A escola
Uma escola tradicional, fundada na década de 70, a UI João Paulo II não
recebia qualquer reforma desde 1998. Agora, recebeu serviços de manutenção,
tanto na parte interna, quanto externa. Salas de aula, banheiros, corredores e
setores administrativos passarão por pintura, reboco, retelhamento e completa
limpeza. A fachada da escola também foi totalmente revitalizada. Outro serviço
realizado foi a manutenção da quadra poliesportiva do colégio e implantação de
ar condicionado em salas de aula. Até as carteiras foram reformadas pelos
carcerários. A reforma beneficia os 1020 alunos e alunas que estudam no local.
Toda a mudança foi acompanhada pelo olhar atento do aluno do 2ª ano,
Thiago Costa, 16 anos. Estudando desde 2013 na escola, Thiago comemorou a
transformação dupla, uma na estrutura da escola e a outra na vida dos presos.
"Eu fiquei muito orgulhoso em saber que conseguimos essa a aparência
ótima da nossa escola dando uma segunda chance para eles. Estudo aqui há muito
tempo e nunca vi uma reforma. O banheiro da quadra estava desativado e inacessível
e as salas precárias. Agora fomos beneficiados com uma quadra poliesportiva de
beachsoccer, e o governador ainda reinaugurou a nossa Horta, desativada há
muito tempo", contou Thiago, que é aluno representante do colegiado,
acrescentado que foi tudo muito bem acordado, com reuniões constantes entre a
Seduc, Seap e comunidade escolar.
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