da Folha Online, em Brasília
Em meio às pressões de senadores da base governista para desistir da sua candidatura à presidência do Senado, o senador Tião Viana (PT-AC) foi enfático nesta quinta-feira ao afirmar que não vai deixar a disputa pelo comando da Casa, marcada para segunda-feira. Em conversas com aliados, Tião não escondeu a irritação com insinuações do senador José Sarney (PMDB-AP), seu adversário na disputa, de que deveria desistir do cargo.
"Eu nem trato dessa possibilidade [desistir da candidatura], é questão ultrapassada", afirmou Tião. Ao ser oficializado como candidato do PMDB nesta quarta-feira (28), Sarney deu sinais de que seus aliados trabalham para uma única candidatura à presidência da Casa --o que tiraria Tião da disputa.
A Folha Online apurou que o grupo pró-Tião chegou a classificar Sarney de "ditador" por estar manobrando para tirar o petista do páreo. Aliados de Tião avaliam que as afirmações do peemedebista relembram os tempos da ditadura, quando um único candidato era imposto nas eleições, sem a possibilidade de disputa.
Otimismo
Tião demonstra otimismo com a sua candidatura, mesmo com pressão para deixar a disputa. O petista aposta no apoio de pelo menos parte da bancada do PSDB ao seu nome depois que Sarney impôs resistências aos tucanos nas negociações para cargos na Mesa Diretora e nas comissões permanentes.
O PMDB sinalizou que não pretende ceder a presidência da Comissão de Relações Exteriores ao PSDB, que deseja emplacar o senador Eduardo Azeredo (MG) no cargo. Ao mesmo tempo, os peemedebistas têm resistências em aceitar o pedido do PSDB para que o senador Tasso Jereissati (CE) fique com a presidência da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos).
As restrições do PMDB irritaram a cúpula tucana, que agora ameaça embarcar na candidatura de Tião. Parte do PSDB, porém, tem resistências a uma aliança com o PT porque em nível nacional os dois partidos são adversários políticos.
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