quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

JACKSON LAGO NO JORNAL "O POVO" DE FORTALEZA

Expectativa

NO CEARÁ, GOVERNADOR DO MARANHÃO SE DEFENDE

Enquanto aguarda o julgamento que decidirá se permanecerá ou não no cargo, Jackson Lago passou o Carnaval em Fortaleza e atacou a família Sarney

Diego Lage
Especial para O POVO

25 Fev 2009 - 00h42min

Jackson Lago na Praia do Futuro (Foto: DANIEL GALBER, ESPECIAL PARA O POVO)
A briga pelo Governo do Maranhão continua fora das urnas. O atual governador, Jackson Lago (PDT), e senadora Roseana Sarney (PMDB) travam uma batalha no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), prevista para terminar em breve. A peemedebista, derrotada nas eleições de 2006, pede a cassação do pedetista e do vice, Luiz Carlos Porto (PPS), sob a acusação de compra de votos e abuso de poder econômico. O julgamento, adiado três vezes, deve ocorrer na próxima sessão plenária da Corte. Outros seis governadores brasileiros também estão ameaçados.

Jackson passou o Carnaval em Fortaleza e conversou com O POVO. Segundo ele, veio a procura de descanso. O pedetista se diz vítima de perseguição da família Sarney. “Espero que se faça justiça. E que seja respeitada a vontade do povo, que libertou o Maranhão”, afirmou. O governador avalia que a tentativa de cassação constituiria-se como um “golpe” da família Sarney para ter de volta o domínio político do Maranhão. E critica ainda a eleição do patriarca à presidência do Senado. “Um retrocesso”, resume.

Roseana, filha do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), comandou o Maranhão de 1995 a 2002. O pai também foi governador, entre 1966 a 1971. Em 2006, à época no PFL, a senadora perdeu para Jackson, no segundo turno. Foi a primeira derrota da família em meio século. O cenário político maranhense, hoje, é desfavorável a Sarney. O prefeito da capital São Luís, João Castelo (PSDB), é adversário do clã.

A coligação de Roseana pede a cassação de Jackson alegando uma série de irregularidades nas eleições, inclusive com a conivência do então governador, José Reinaldo (PTB), ex-aliado que rompeu com Sarney e apoiou o atual governador. Uma das acusações é de que convênios, entre o Governo do Estado e municípios teriam tido uso eleitoreiro. A coligação derrotada afirma que Jackson e Reinaldo, na campanha de 2006, teriam percorrido cidades do Interior promovendo comícios e assinando convênios. Também há acusações de distribuição de cestas básicas e combustível.

Demora
O julgamento que decidirá se ele vai permanecer ou não no cargo já passou por sucessivos adiamentos. Em 10 de dezembro, o ministro Félix Fischer pediu vistas do processo. O segundo adiamento aconteceu no dia 10 deste mês, após o ministro Joaquim Barbosa se declarar impedido de julgar o caso. O tema seria retomado no último dia 19. O ministro Fernando Gonçalves, porém, sentiu-se mal e foi para um hospital de Brasília, provocando um novo adiamento. A sessão plenária seguinte seria amanhã, 26. O presidente da Corte, Carlos Ayres Britto, no entanto, emitiu um comunicado informando que “não haverá sessões de julgamento” nesta quinta-feira. Ainda não há nova data para o julgamento.

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