quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

QUEM ENXERGA A JUVENTUDE PERDIDA NAS RUAS DE SÃO LUÍS?


Vou mudar um pouco o foco. Estamos impregnados pela política. Até parece que tudo se resume a disputas pelo poder. Esqueço os políticos e a politicalha - por um momento - e mergulho no dia-a-dia da cidade. Quero ter olhos para filtrar a realidade que nos cerca. Vou começar por um assunto por demais batido, mas que até hoje não despertou interesse daqueles que estão com a mão no dinheiro público: a situação de adolescentes e jovens que perambulam pelas ruas de São Luís. Já perceberam como continuam vivendo esses deserdados no retorno da Forquilha? Mendigam moedas para garantir o alimento para o corpo ou a droga que os faz esquecer por alguns instantes, ou mesmo horas, essa cruel realidade. Muitos já são vistos com um perigo constante por motoristas, abordados no semáforo. Estão apenas lutando para sobreviver. À noite têm como colchão o calçadão do ex-clube Jamaica Brasileira.


Quem tem olhos para essa realidade? Até que ponto os que detêm o poder estão dispostos a encarar esse problema com seriedade? Será que dos milhões que vazam pelos ralos da corrupção, não sobra alguma coisa para construir um grande Centro de recuperação e ressocialização desses jovens? O ideal seria que fosse oferecida educação em tempo integral, com cursos profissionalizantes. Por onde andam os representantes do povo na Câmara e na Assembléia que se furtam em apresentar projetos que possam minorar o sofrimento dessa gente? Se nada for feito, a maioria está condenada a ocupar cadeias e penitenciárias num futuro bem próximo.


É por essa falta de compromisso com questões sociais que chegamos a nos desencantar com alguns homens públicos. Sei que a demanda é grande, mas tem problemas que não podem aguardar. Que tal destinar 10% do que vaza pelo ralo da corrupção para programas sociais? Seria o suficiente para resolver essa problemática que aflige a grande parcela da sociedade.


Os adolescentes e jovens a que me refiro merecem atenção especial, pois muitos já estão enveredando para o mundo das drogas. No meio deles, meninas que são usadas como objeto de prazer e já estão grávidas. São vidas jogadas à própria sorte. Ainda existe tempo de se fazer algo para livrá-los da marginalidade. Dinheiro público tem de sobra. Falta vontade política para resolver o problema.

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