20 anos de serviços prestados ao povo do Maranhão

Gilberto Lima

Até parece que foi ontem, mas já se passaram 20 anos desde que comecei a dar os primeiros passos na imprensa do Maranhão. Tudo começou em março de 1989, na antiga Rádio Ribamar, na equipe de esportes comandada pelo locutor esportivo Robson Néri, o garoto do bigode, hoje um empresário próspero no ramo de lanchonetes. À época, eu dava os primeiros passos no curso de jornalismo da Universidade Federal.

Ser radialista e jornalista era um sonho que eu acalentava desde a adolescência. Descobri a vocação ao comandar a equipe de liturgia da paróquia e integrar a pastoral da comunicação. Isso em Teresina, no Piauí. Quiseram Deus e o destino que eu realizasse esse sonho em São Luís, cidade que me acolheu e que me deu uma família que me impulsionou a ser cada vez mais determinado.

Cheguei a São Luís em dezembro de 1984 para passar apenas seis meses, período em que responderia pela parte administrativa da filial da empresa em que eu trabalhava. A convite do superintendente, terminei fixando residência aqui. Poucos anos depois, resolvi constituir família. Em seguida, consegui ingressar no curso de jornalismo da UFMA. Desde o primeiro período tive a preocupação de buscar espaço no mercado de trabalho. O rádio esportivo foi a primeira grande experiência profissional. Uma grande escola.

Depois de seis meses na equipe de Robson Néri, fui convidado pelos falecidos Jairo Rodrigues e Deni Cabral a integrar a equipe de esportes da Rádio Timbira. Tive a honra de trabalhar ao lado de nomes como Magno Figueiredo, Canarinho, Fernando Júnior, Murilo Costa Ferreira, dentre outros. Foram 3 anos na emissora oficial do Estado. Ali, além de repórter esportivo, atuei na cobertura política e policial. A timbira foi uma das melhores escolas que tive.

Ainda na década de 90 integrei a equipe de esportes da Educadora. Mas os desafios não cessavam e minha experiência no rádio me impulsionava para a TV. Em 1994, a convite do então professor de jornalismo Coelho Neto, diretor de jornalismo da TV Difusora, ajudei a implantar e consolidar o projeto do programa “Maranhão Aqui Agora”, um jornalístico popular que alcançou os maiores índices de audiência. Foi um trabalho que marcou minha carreira profissional. Até hoje muitas pessoas recordam desse período que marcou pela prestação de serviços à comunidade.

Depois de mais de 3 anos dedicados ao trabalho na TV, resolvi voltar ao rádio para um novo desafio: ancorar programas de jornalismo. A primeira experiência nessa nova função veio com o programa “Comando da Manhã”, apresentado diariamente na Rádio Capital, das 5:30 às 9:00h. Foi uma das maiores audiências do rádio no horário.

Depois disso, outras experiências foram exitosas como o “Comando da Noite”, apresentado das 22:00h à meia-noite, quando fui coordenador de jornalismo da Rádio Educadora. Foi o primeiro programa de radiojornalismo noturno com a participação do ouvinte por telefone. De volta à Rádio Capital, criei e apresentei vários programas que foram líderes de audiência.

Com espírito de ousadia e de quem não tem medo de topar desafios, em 2004, lancei o semanário 'Gazeta do Povo'. Editado pela Contexto, em pouco tempo, o jornal conquistou inúmeros leitores. Foram dois anos carregando esse projeto sozinho. Da editoração à distribuiçao tudo era comigo, pois os recursos eram parcos. Foi um experiência graficante e enriquecedora, em relação ao acúmulo de conhecimentos. O projeto foi paralisado por falta de condições financeiras, pois não se tratava de uma iniciativa caça-níquel, como tantas outras que vicejam por aí. Manter um projeto independente custa caro. Mesmo com as dificuldades encontradas no mercado, por conta dos altos custos de material, esse projeto pode ser retomado em outro momento.

Mais recentemente, coloquei toda a minha experiência no projeto de resgate da Rádio Timbira. Mesmo lutando contra aqueles que não queriam esse resgate e a moralização da emissora oficial do Estado, consegui convencer o governo a investir na compra de modernos equipamentos, dentre eles um transmissor. Deixei dois estúdios montados e o transmissor a instalar. A rádio, que estava condenada a desaparecer, jogada em um cubículo na Ceasa, está preparada para ressurgir forte. Infelizmente, faltou vontade política para que todos os projetos da emissora fossem concretizados. Isso não era prioritário para o todo-poderoso secretário de comunicação. Quem acompanhou de perto essa luta sabe do empenho que tive para promover o resgate da emissora pioneira da radiodifusão no Maranhão.

Hoje, ao completar 20 anos na imprensa do Maranhão, dedico-me a este espaço na blogosfera, plantando as sementes do que será, em breve, um site com rádio e TV online. O projeto está em fase de criação. Entendo que a internet é o espaço de comunicação mais democrático para o exercício da liberdade de expressão e opinião.

Alguns podem achar que estou pendurando as chuteiras precocemente. Não é nada disso. Estou maturando projetos para marcar meu retorno ao rádio, em breve. Mas isso é coisa pra mais tarde.

Na verdade, quero aproveitar o momento para agradecer àqueles que ajudaram a consolidar minha carreira profissional. Agradeço, inclusive, àqueles que em vários momentos ajudaram a ‘puxar o meu tapete’. Esses, com seus atos, ensinaram-me a erguer a cabeça e seguir adiante em cada queda. Cada tropeço foi um empurrão à frente. Confesso que sou um dos profissionais mais realizados, sem nenhuma frustração. Sou um otimista que ainda nutre e acalenta muitos sonhos.

Obrigado a todos!