quarta-feira, 1 de julho de 2009

APÓS PRESSÃO DO PLANALTO, SENADORES DO PT DEVEM TRABALHAR PELA PERMANÊNCIA DE SARNEY

BRASÍLIA - O líder do PT no Senado, Aloízio Mercadante, disse na noite desta quarta-feira, após reunião da bancada com o presidente José Sarney (PMDB-AP), que "o mais provável" é que o partido trabalhe pela permanência do peemedebista em seu cargo. Tal posição foi divulgada após pressões da direção da agremiação e do Palácio do Planalto, uma vez que, nesta tarde, Mercadante, apesar de não fechar questão sobre o licenciamento de Sarney, disse que o PT fez esta sugestão ao presidente do Senado.

Ao sair da reunião, Mercadante frisou que uma possível renúncia de Sarney "não parece a solução adequada" para a crise. O líder destacou que a responsabilidade pela situação em que se encontra o Senado não é só de Sarney. "São possibilidades, mas não vejo renúncia como saída e também não acredito no afastamento", disse Mercadante, reforçando o apoio a Sarney.

"Ele [Sarney] governou quatro anos. O DEM sempre esteve na primeira-secretaria [nos últimos 14 anos]. Como o DEM pode dizer que não tem responsabilidade?", questionou.

Durante a reunião, a bancada do PT voltou a fazer propostas de profunda reforma administrativa para o Senado, o que novamente foi bem aceito por Sarney. Mercadante também disse que o presidente do Senado acredita que grande parte das críticas não podem ser debitadas a ele e que diversas denúncias já haviam sido esclarecidas.

Sarney deve se encontrar nesta quinta-feira com o presidente Lula para definir sua permanência no Senado, assim como a bancada do PT, para fechar a manutenção ao apoio.

Afastamento

Nesta tarde, o PT decidiu pedir o afastamento temporário de 30 dias de José Sarney, para que reformulações administrativas sejam realizadas. A recomendação foi feita em reunião com o próprio presidente do Senado durante a manhã e não foi aceita por Sarney. "Ele não aceitou. Nós pensamos que o afastamento de 30 dias seria razoável para o grupo [paralelo à Mesa] trabalhar e ajudaria o Senado a atravessar a crise”, explicou o líder do PT no Senado, Aloízio Mercadante.

Entretanto, o presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), disse nesta quarta quenão vê motivos para a renúncia de Sarney. A opinião deixa clara a posição da cúpula partidária e do Planalto sobre o peemedebista, que deve continuar recebendo apoio do partido.

Lula

Segundo fontes, Sarney espera a chegada do presidente Lula, que está na Líbia, para anunciar a sua decisão de renunciar ao cargo de presidente da Casa.

Segundo apurou o Último Segundo, Lula não quer aceitar a renúncia de Sarney e tentará convencê-lo a permanecer no cargo. Em jogo, está a disputa política de 2010. O presidente volta de sua viagem à Líbia, onde participa deAssembleia da União Africana, na madrugada desta quinta-feira.

Em conversa com os seus filhos, Sarney teria dito que está muito cansado e não quer ser identificado como um símbolo da crise no Senado.

Na manhã desta quarta-feira, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), disse que seu pai está sendo tratado como "bode expiatório" na crise do Senado, pois os problemas de administração da Casa são de responsabilidade coletiva dos senadores.

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