A pretexto do que foi publicado no blog do Décio Sá, neste domingo, sobre
a Rádio Timbira, escrevo o seguinte:
O governo Roseana faz um estardalhaço sobre a recuperação da Rádio
Timbira do Maranhão. Tem seus méritos, mas seria interessante destacar a
importância da luta que tivemos para colocar a emissora oficial como meta
prioritária da comunicação no governo Jackson Lago. Infelizmente, os projetos
não foram executados integralmente devido à resistência do Secretário de
Comunicação. O objetivo dele era entregar a gestão da emissora a uma empresa
privada.
Na condição de gestor, propus ao governador que a emissora fosse
resgatada como empresa pública de comunicação para que voltasse a ser forte. O
projeto ainda chegou a receber parecer favorável do procurador-geral, mas não
chegou ao governador para que fosse votado na Assembléia Legislativa. Seria o
retorno triunfante da Timbira e Jackson marcaria seu nome na radiodifusão do
Maranhão.
Mesmo contra a vontade do Secretário de Comunicação, conseguimos
convencer o governador da necessidade de aquisição de novos equipamentos para a
emissora. Com investimentos da ordem de R$ 350 mil, o governo comprou esses
equipamentos, incluindo um moderno transmissor da marca Continental. Graças a
isso, os atuais gestores não encontraram dificuldades para recolocar a emissora
no ar.
Poderiam ter dado continuidade ao processo de reforma do prédio da
emissora no bairro de Fátima, onde já estavam instalados dois novos estúdios.
Preferiram levá-la para cubículos na Secom. Vale ressaltar, porém, que foi na
administração de Roseana, em 1995, que a Timbira sofreu um duro golpe: foi
extinta como empresa pública, contribuindo para sua decadência. Em seguida,
combalida, foi expulsa de seu prédio, na Rua do Correio, e jogada em cubículos
na Ceasa. Com isso, grande parte de seu acervo foi para o lixo.
Durante o
governo de José Reinaldo a emissora serviu a interesses de quem estava na
direção. Como perdera a autonomia, a rádio não podia receber recursos de
quaisquer fontes. Diretores aproveitavam para fechar contratos, mas o dinheiro
ia parar nos bolsos de espertalhões e aproveitadores de plantão. Que outros
aproveitadores não venham a usar a Timbira em benefício próprio. Espero que a
Secom administre a emissora com transparência e respeito à coisa pública.
Assumi a emissora com o compromisso de resgatá-la integralmente, como uma
grande obra do governo Jackson. Ele tinha ciência de todos os projetos para a
emissora e os aprovou integralmente. Infelizmente, o seu Secretário de
Comunicação - que parecia ter mais poderes que o governador - era contrário ao
processo de moralização da Timbira. Meu erro foi acreditar que o governo
Jackson tivesse a Timbira como prioridade na área da comunicação.
Longe de mim
não reconhecer os méritos do governo Roseana nesse processo de resgate da
Timbira, mas seria interessante que pagasse uma dívida com a sociedade
maranhense: a reinstituição da emissora oficial do Estado como empresa pública
de Comunicação. O que vemos agora é só reflexo das lutas que travamos num
passado recente e que a história já registrou.
Eis o que foi divulgado neste domingo no blog do jornalista Décio Sá
sobre o retorno da Timbira
Rádio Timbira no dial e
na internet
O que os ex-governadores José Reinaldo (PSB) e Jackson Lago (PDT) não
conseguiram fazer em sete anos, o governo Roseana Sarney fez em quatro meses.
Primeira emissora do Maranhão, a Rádio Timbira, com 68 anos, já está no ar com
qualidade, inclusive transmitia via internet (aqui).
A reinauguração aconteceu esta semana no Palácio dos Leões pelo
secretário Sérgio Macedo (Comunicação) e o diretor Jura Filho. Depois de
perambular por vários locais nas gestões anteriores, a Timbira foi instalada no
prédio onde funciona a Secom.
Para quem não lembra: em abril do ano passado Jackson Lago mandou fechar
a emissora usando a PM por causa de críticas feitas no ar à sua administração
pelo então diretor-geral, radialista Gilberto Lima. Na ocasião, ele chegou a
passar três dias entrincheirado dentro da rádio. O assunto foi destaque até no
jornal Folha de S. Paulo (reveja aqui).
Por causa do episódio, o governador cassado responde processo criminal no
STJ. Gilberto Lima já até prestou depoimento na Polícia Federal sobre o caso.
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