Rádio Voz do Maranhão

quinta-feira, 4 de março de 2010

LÍDER DO GOVERNO NEGA INTENÇÃO DE LULA SE LICENCIAR DO CARGO

MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília


O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vacarezza (PT-SP), negou nesta quinta-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha a intenção de se licenciar do cargo para se dedicar à campanha da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) ao Palácio do Planalto. O petista ainda levantou suspeita da origem da informação.

"Isso não tem nem pé nem cabeça. A licença nunca foi cogitada pelo presidente Lula, mesmo porque ele não se afastou na campanha dele de reeleição", afirmou.

Vacarezza disse que conversou com ministros e assessores próximos do presidente que negaram o interesse do presidente Lula em se afastar por alguns meses do comando do país para evitar ter problemas com a Justiça Eleitoral. "Nunca houve essa discussão. Nunca ouvi isso no Planalto em nenhuma reunião que participei. O presidente Lula não falou isso, nenhum ministro ouviu essa história", disse.

O petista, no entanto, não descartou totalmente uma licença do presidente Lula e colocou sob suspeita a divulgação da informação. "Até porque se fosse cogitado, não seria época para tratar desse assunto. Há alguém interessado em fazer esse debate", afirmou.

Nos bastidores, alguns petistas afirmam que a licença de Lula é uma pressão de setores do PMDB que acreditam que o presidente se afastando para se dedicar às eleições daria um novo fôlego para a campanha da ministra.

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), descartou nesta quinta-feira a possibilidade de assumir a Presidência da República caso o presidente Lula peça licença.

Sarney disse que nunca foi procurado por Lula para conversar sobre a possibilidade de assumir a Presidência da República. "Isso não existe, não tem fundamento. Se o presidente não se licenciou para a candidatura dele [em 2006], por que vai se licenciar para a candidatura de uma outra pessoa?", questionou, ao lembrar a reeleição de Lula, quando o presidente se manteve no cargo mesmo candidato.

O objetivo do presidente seria evitar problemas com a Justiça Eleitoral, tendo liberdade para participar ativamente da campanha de Dilma.

Pela Constituição Federal, Sarney é o terceiro na linha sucessória, atrás do vice-presidente da República e do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). Depois de Sarney, cabe ao presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, assumir o comando do país na ausência do titular.

O vice-presidente José Alencar é cotado para disputar o governo de Minas Gerais ou uma vaga no Senado. Já Michel Temer é o nome escolhido pela cúpula do PMDB para ser indicado à vice-presidência da República na chapa de Dilma.

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