FOLHA
DE SÃO PAULO
O ex-deputado federal Vadão Gomes
(PP-SP) foi condenado pela Justiça Federal em Jales (SP) a devolver aos cofres
públicos R$ 523.439,97, em valores atualizados, por suposta participação em um
esquema de desvio de verbas públicas que ficou conhecido como "escândalo
no Denacoop (Departamento Nacional de Cooperativismo e Associativismo
Rural)", nos anos 90.
Na mesma ação também foram condenados
Jonas Martins de Arruda, assessor do ex-deputado e mentor do projeto que
permitiu o desvio de verbas, e o então presidente da Associação dos Produtores
Rurais de Meridiano, Antônio Silva.
Arruda também foi multado em três vezes
o valor (R$ 5.000) que recebeu a título de honorários por elaborar o projeto.
De acordo com o procurador da República
Thiago Lacerda Nobre, o escândalo levou o Ministério Público Federal a
investigar 42 convênios celebrados entre o Denacoop, órgão ligado ao Ministério
da Agricultura, e entidades e sindicatos da região noroeste do Estado de São
Paulo.
As investigações, segundo a
Procuradoria, revelaram a existência de uma quadrilha especializada no desvio
de recursos públicos. Entre 1994 e 1996 foram liberados para a região cerca de
R$ 3 milhões em verbas federais.
"Resta provado o liame entre
Antônio da Silva, Vadão Gomes e Jonas Arruda, que planejaram desde o início a
malversação do dinheiro público, deixando de realizar o objeto das avenças de
forma deliberada e apresentando tomada de contas de maneira fraudulenta",
afirmou a juíza federal Karina Lizie Holler, na sentença de condenação.
Além do ressarcimento ao erário, Vadão e
Silva tiveram seus direitos políticos suspensos por cinco anos, e Arruda por 10
anos. Eles também foram proibidos de contratarem com o poder público e
receberem benefícios ou incentivos fiscais e creditícios por cinco anos.
CONDENAÇÃO
Em 2010, Vadão foi condenado pela
Justiça Federal de São José do Rio Preto à perda do mandato de deputado
federal, suspensão dos direitos políticos por cinco anos, multa de R$ 10 mil,
proibição de contratar com o Poder Público e de receber benefícios fiscais por
cinco anos, além do ressarcimento de R$ 76,5 mil corrigidos a partir de
dezembro de 1995, por um convênio firmado em 1995 entre o Denacoop e o
Sindicato Rural de Urupês.
A reportagem está tentando contato com
os acusados para comentar o caso.
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