Planalto marcou reunião de emergência
com o ministro, que acompanhava a delegação brasileira na competição, no
México, para tratar de novo escândalo
de Veja
A crise em que o Ministério do Esporte
está submerso desde sábado – quando chegou às bancas a edição de VEJA em que um
militante do PC do B acusa o ministro Orlando Silva de envolvimento num esquema
de corrupção operado na pasta – fez com que o Planalto promovesse uma reunião
emergencial sobre o assunto. Para tanto, o governo determinou que Silva
antecipasse seu retorno de Guadalajara, no México, onde estava acompanhando os
Jogos Pan-Americanos.
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Entrevista coletiva com o ministro do Esporte, Orlando Silva, no Hotel Hilton, em Guadalajara, México (Daniel Marenco/Folhapress) |
De acordo com a edição desta
segunda-feira do jornal Folha de S. Paulo, Orlando Silva reuniu-se na noite
deste domingo com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o ministro
da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. O encontro ocorreu na
casa de Gleisi em Brasília.
Em entrevista a VEJA, o policial militar
João Dias Ferreira, preso em 2010 ao lado de outras quatro pessoas acusadas de
desviar dinheiro de um programa criado pelo governo federal para incentivar
crianças carentes a praticar atividades esportivas, revela detalhes de como
funciona a engrenagem que, calcula-se, pode ter desviado mais de 40 milhões de
reais nos últimos oito anos.
O PM conta que Silva chegou a receber,
pessoalmente, dentro da garagem do Ministério do Esporte, remessas de dinheiro
vivo provenientes da quadrilha: “Por um dos operadores do esquema, eu soube na
ocasião que o ministro recebia o dinheiro na garagem”, afirma. João Dias dá o
nome da pessoa que fez a entrega. Parte desse dinheiro foi usada para pagar
despesas da campanha presidencial de 2006.
Ainda segundo o jornal, o titular do
Esporte afirmou, durante a reunião com os ministros que "vai às últimas
consequências" para provar que não está envolvido com as irregularidades.
Dos colegas, ouviu que é importante que ele se antecipe a novas revelações e a
pedidos da oposição e preste esclarecimentos o quanto antes.
Apesar de sua assessoria ter sido
procurada na quinta-feira por VEJA, só após o fechamento da revista, na noite
de sexta-feira, é que Orlando Silva fez contato com a reportagem. O ministro se
disse "chocado". Afirmou que sabia das ameaças do policial há algum
tempo. “Durante um ano esse sujeito procurou gente do ministério e fez ameaça,
insinuação. E qual foi a nossa posição? Amigo, denuncie, fale o que você
quiser. Por quê? Porque como nós temos convicção de que o que foi feito foi o
correto, nós não tememos. E falávamos para ele: não nos interessa. Ele falava
que existia um dossiê, que ia denunciar... A resposta era: faça, procure o
Ministério Público, a polícia, a justiça, faça o que você quiser fazer”,
afirmou.
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