Jornal do Brasil
O Ministério Público Federal (MPF) se
prepara para abrir um inquérito criminal para investigar a atuação do
ex-ministro Antonio Palocci como consultor de empresas. Procuradores que
analisam o caso informaram a Procuradoria-Geral da República de sua intenção e
relataram que encontraram "fatos novos" ao examinar os negócios
particulares de Palocci.
Palocci faturou R$ 20 milhões com sua
empresa de consultoria no ano passado, quando exercia o mandato de deputado
federal e chefiou a campanha que levou Dilma Rousseff (PT) à Presidência. A
rentabilidade de seus negócios gerou suspeita, abriu uma crise e culminou na
demissão de Palocci da Casal Civil. O procurador-geral da República, Roberto
Gurgel, afirmou que dará sinal verde para que abram o inquérito criminal. As
informações são do jornal Folha de S. Paulo.
A rigor, Gurgel nem precisaria ser
ouvido, pois Palocci perdeu o foro especial a que tinha direito como ministro
ao ser demitido por Dilma. Mas o MP do Distrito Federal pediu seu consentimento
"por deferência", uma vez que Gurgel havia engavetado o pedido numa
primeira consulta.
À época, ele alegou não haver indícios
concretos de crime nem motivo para apurar o caso. "Eles podem abrir sem
qualquer problema", disse. "Eles inclusive deixam bem claro que
seriam outros fatos além daqueles (conhecidos)".
O advogado do ex-ministro Antonio
Palocci, José Roberto Batochio, rechaçou a iniciativa. "Se quiserem dar
interpretação nova a fatos antigos, isso é uma outra coisa. Conhecendo o que
consta desse apuratório cível, afianço que nenhum fato novo, que seja digno
dessa conceituação, foi inserido", disse o advogado. Ele acrescentou que,
mesmo que o MPF quisesse abrir uma investigação, a iniciativa deveria partir de
Gurgel. "Como pode alguém de hierarquia inferior desarquivar o que o
procurador-geral arquivou?"
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