Segundo depoimento, José Antonio Bruno
(DEM) recebeu, em 2009, maços com notas de R$ 100 por ter intermediado
liberação de verbas; acusado nega
Fausto Macedo / SÃO PAULO - O Estado de
S.Paulo
“Vi Fabrício entregar nas mãos do
deputado José Antonio Bruno (DEM) um maço de notas de R$ 100”, afirmou a
testemunha C.A.A.V., em depoimento na Corregedoria-Geral da Administração
(CGA). As notas de R$ 100 teriam origem em suposto esquema de venda de emendas
parlamentares na Assembleia Legislativa de São Paulo, denunciado pelo deputado
Roque Barbiere (PTB).
A cena relatada ocorreu em agosto de
2009, enfatiza o depoente, que se identifica como “pastor evangélico autônomo”.
O depoimento reforça ainda mais a denúncia de Barbiere, segundo quem deputados
estaduais paulistas negociam sua cota de verbas no Orçamento do Executivo, por
meio das emendas, com prefeitos e empreiteiras.
Ainda conforme o depoente, um homem
identificado apenas como “Fabrício” frequentava o gabinete do parlamentar, mas
não era funcionário: “Houve uma oportunidade em que Fabrício chegou muito
eufórico na sede do gabinete, cumprimentou a todos e entrou direto na sala do
deputado”, relata.
A porta da sala de Bruno ficou
entreaberta. “Então, eu ouvi ele (Fabrício) dizer ao deputado José Antonio
Bruno: ‘Deputado, tá aqui a emenda’. Ato contínuo eu vi Fabrício entregar nas
mãos do deputado um maço...”
Zé Bruno, como é conhecido, exerceu
mandato no período 2007-2010. Deixou o Legislativo estadual em março passado e
hoje se dedica à Resgate, sua banda musical. Ele é guitarrista e vocalista.
O ex-deputado nega ter recebido valores
em troca de emendas (leia texto abaixo). “Não faço isso”, afirmou. Porém, ele
próprio disse suspeitar que um ex-assessor seu, que identifica apenas como
“Cremonesi”, participasse de negociações para a venda de emendas.
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