Em Maceió
A explosão da violência do Nordeste nos
últimos anos é marcada por um fenômeno recente, mas que se tornou um dos
maiores desafios para a segurança pública: as organizações criminosas do
Sudeste que montaram “filiais” do crime na região. Primeiro, a maior
preocupação era com o Comando Vermelho, do Rio de Janeiro. Hoje o problema
responde basicamente por três letras: PCC (Primeiro Comando da Capital), de São
Paulo.

Por serem mais pobres e de estruturas
policial e judicial precárias, os Estados nordestinos passaram a viver
estatísticas ainda piores que as encontradas no Rio de Janeiro e em São Paulo
nos anos 90.
Para especialistas, com o “aperto”
policial no Rio e em São Paulo --que dominavam o ranking de violência--, os
grupos criminosos subiram no mapa nacional e ramificaram a atuação onde o
aparelho estatal se aparentava mais frágil. Hoje, o Nordeste tem a maior taxa
de homicídios entre as cinco regiões do país.
Entre 1998 e 2008, segundo dados do Mapa
da Violência, do Ministério da Justiça, o Nordeste viveu aumento de 78% na taxa
homicídios para cada 100 mil habitantes, que saltou de 18,5 para 32,1. O país
fechou 2008 com média de 24. Nesse período se multiplicaram casos de
investigações que apontaram atuações de grupos criminosos de outras regiões no
Nordeste.
Atentados
suspeitos
O último episódio que chamou a atenção
das autoridades ocorreu no Rio Grande do Norte. Na tarde do último dia 16 de
setembro, sete ônibus e um veículo de transporte complementar foram atacados
por homens armados, que picharam os carros com a sigla PCC e, em seguida,
incendiaram parcialmente os veículos. Ninguém ficou ferido.
Apesar dos atentados coordenados e que
pararam Natal por uma tarde, o Estado afirma que não se trata ainda de uma
prova da atuação do PCC. "Não temos criminosos representando grupos, temos
alguns oportunistas que se dizem membros de facções, porém, não localizamos suas
ramificações. Os serviços de inteligência das Polícias Civil, Militar e da
Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social, com o Sistema
Penitenciário, monitoram toda e qualquer movimentação de grupos ou criminosos
que se dizem ligados a estes", informou o secretário potiguar Aldair da
Rocha.
Prisões
Sete Estados nordestinos registraram
prisões de integrantes do PCC em 2011, alguns considerados líderes do tráfico
de drogas. Foi o caso da Bahia. Em junho, o Estado lançou m baralho com fotos
dos criminosos mais procurados. Até o dia do lançamento, o “ás de ouro” era
Fagner Souza da Silva, o “Fal”.
Segundo a Polícia Civil baiana, ele era
responsável pela conexão com PCC para o tráfico de drogas no Estado. Poucos
dias depois, a polícia também prendeu Wellington Santana Leal, apontado à época
como elo do PCC na distribuição da cocaína na região metropolitana de Salvador.

Já no Ceará, Alexandre de Sousa Ribeiro
e Francisco Fabiano da Silva Aquino eram considerados acusados de integrarem
umas das quadrilhas mais perigosas do Estado. Eles foram presos em março, no
Estado do Maranhão. Segundo a polícia cearense, eles enviavam 20% do que
arrecadavam com crimes para o PCC. Em contrapartida, a dupla recebia apoio
logístico do grupo para atuar na região Nordeste.
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