terça-feira, 8 de novembro de 2011

CASO DA MORTE DO PEDREIRO: Laudo cadavérico derruba tese de legítima defesa e confirma que pedreiro foi executado por PMs

A polícia civil já está de posse do laudo cadavérico do pedreiro José de Ribamar Vieira Batista, morto a tiros na Avenida Guajajaras, depois de uma perseguição policial. As informações constantes do referido laudo foram divulgadas nesta terça-feira e confirmam o que todos já suspeitavam: o pedreiro foi executado pelos policiais.

Pelas informações, José Ribamar foi atingido quando ainda estava sentado, sem condições de esboçar nenhuma reação. Um dos policiais teria atirado quatro vezes, enquanto que o outro efetuou disparos contra os pneus.
Na manhã de hoje, foram ouvidos os frentistas do Posto Naila, na Cidade Operária. Eles  confirmaram que o pedreiro abasteceu e saiu sem pagar, depois de uma rápida discussão. Eles resolveram acionar uma viatura que passava pelo local, dando-se início à perseguição por parte dos policiais.

O laudo cadavérico põe por terra a tese de legítima defesa, defendida pelo Cel. Jeferson Teles, comandante do policiamento metropolitano. Na verdade, ele foi induzido ao erro pelos próprios policiais que participaram da operação desastrosa. Naquele momento, eles informaram ao comandante que só atiraram porque o pedreiro teria saído do veículo munido de um facão e um punhal. Segundo eles, o tiro teria atingido somente o braço de Ribamar.

A divulgação de um vídeo com os momentos finais da perseguição não deixam dúvidas dos exageros praticados pelos dois PMs. Ainda é possível observar dois disparos das armas dos policiais. Um dos tiros teria sido dado no pneu. Já ferido e todo ensangüentado, o pedreiro é retirado e colocado sentado no asfalto, na traseiro do veículo. Ele ainda chega a ficar sentado por alguns minutos, até a chegada de uma viatura do 6º Batalhão. Um dos policiais ainda usa os pés para colocar um dos braços da vítima para dentro do camburão. Cenas deprimentes.

A polícia aguarda agora o resultado da perícia criminal que vai revelar mais detalhes da ocorrência. Busca-se também explicações para o fato de o pedreiro ter se recusado a pagar os R$ 10,00 do abastecimento se ele estava com R$ 50,00 na carteira.

Os últimos a serem ouvidos serão o soldado Silva Lima e o cabo Joniel Farias, responsáveis pelos disparos que tiraram a vida de José Ribamar. 

Reveja o vídeo com os momentos finais da perseguição policial ao pedreiro José Ribamar.

Um comentário: