Jornal do Brasil
Luiz Orlando Carneiro, Brasília
O deputado Rubens Bueno (PR), líder do
PPS na Câmara, protocolou nesta segunda-feira, na Procuradoria Geral da
República, representação com pedido de abertura de inquérito para investigar o
ministro Carlos Lupi e assessores diretos supostamente envolvidos em “esquema
de propina instalado no Ministério do Trabalho” que atinge assessores diretos
do ministro Carlos Lupi (PDT).
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deputado Rubens Bueno(PR), quer investigação de Lupi |
“Virou prática na Esplanada dos
Ministérios a montagem de balcões de propina para cobrar ‘pedágio’ das empresas
que assinam contratos com o governo, numa corrupção desenfreada que, quando o
dinheiro público não vai direto para o bolso de ministros e assessores, acaba
parando no caixa dois de partidos. Esperamos que, como no caso do Ministério do
Esporte, o procurador Roberto Gurgel aja rápido e consiga no Supremo a
autorização para a abertura de inquérito”, afirmou o líder do PPS na Câmara.
Na petição – baseada em matérias
publicadas pela revista “Veja” — o
parlamentar nomeia, além do ministro do Trabalho, as seguintes pessoas:
Weverton Rocha, ex-assessor especial; Alexandre dos Santos, coordenador-geral
de qualificação do Ministério; e Marcelo Panella, ex-chefe de gabinete do
ministro do Trabalho.
Instituto
EPA
A representação destaca a reportagem da
revista sobre um esquema de cobrança de propinas de ONGs (Organizações Não Governamentais)
“que estaria funcionando dentro da estrutura do Ministério do Trabalho, à
frente do qual se encontra a pessoa do primeiro representado, presidente
licenciado do PDT (Partido Democrático Trabalhista)”.
De acordo com a matéria anexada à representação,
o Instituto ÊPA, sediado no Estado do Rio Grande do Norte, teria celebrado um
convênio com o Ministério do Trabalho para a qualificação de trabalhadores em
construção civil no Vale do Açu, no Rio Grande do Norte.
E passa a narra que: “O Ministério do
Trabalho teria determinado que fossem feitas três fiscalizações no Instituto
EPA, levantando indícios de supostas irregularidades. Imediatamente, teria sido
ordenado que não fosse feito mais nenhum repasse ao Instituto. Sem dinheiro
para manter os alunos em sala de aula, os dirigentes da ONG teriam procurado o
Ministério do Trabalho para tentar resolver a pendência. Chegando ao Ministério
do Trabalho, teriam sido avisados de que as irregularidades poderiam ser
encaminhadas à Controladoria-Geral da União, o que poderia acarretar uma
declaração de inidoneidade do Instituto EPA, impedindo-os de celebrar convênios
com o governo”.
Mas, ainda segundo a representação,“quem
criou as dificuldades não perdeu tempo em vender as facilidades: mediante o
pagamento de uma propina – que, supostamente, oscilaria entre 5% e 15% sobre o
valor total do convênio – a situação poderia ser resolvida rapidamente”, com um
contato a ser feito “com Weverton Rocha, então assessor especial do ministro,
ou Anderson Alexandre dos Santos, coordenador-geral de Qualificação.”
Os dois citados “respondiam ao então
chefe de gabinete do ministro, Marcelo Panella, homem de confiança do ministro
Lupi e também tesoureiro nacional do PDT.”
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