DA REUTERS, EM BRASÍLIA
O PDT vai continuar na base do governo
Dilma Rousseff apesar da demissão de Carlos Lupi do comando do Ministério do
Trabalho, após denúncias de supostas irregularidade na pasta, informou nesta
segunda-feira (5) o presidente interino da sigla, deputado André Figueiredo
(CE).
Figueiredo afirmou que há uma posição
"consensual" dentro do PDT de que o partido continuará,
"independentemente de qualquer coisa, na base do governo", mesmo que
a sigla perca o controle do Ministério do Trabalho.
"O PDT fica na base", disse o
presidente interino antes de reunião da Executiva do partido.
O deputado Paulo Pereira da Silva (SP),
o Paulinho da Força, reafirmou que cabe à presidente decidir se a pasta do
Trabalho permanece com o PDT após a saída de Lupi, que pediu demissão do cargo
na noite de domingo.
"Ela [Dilma] que tem que medir as
consequências", disse o deputado.
Lupi foi o sétimo ministro a deixar o
governo Dilma, o sexto diante de denúncias de irregularidades. Ele era um dos
integrantes do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que foram
mantidos por Dilma em seus cargos.
Sua situação já era considerada delicada
desde a quarta-feira, quando a Comissão de Ética Pública, órgão consultivo
ligado à Presidência da República, recomendou a exoneração do ministro a Dilma.
Lupi era alvo de denúncias de acumular
cargos públicos na esfera federal e municipal do Rio de Janeiro e de ter
aceitado "carona" em avião de dirigente de uma ONG que teve negócios
com o Ministério do Trabalho. Também pesavam denúncias de suposto esquema de
propinas envolvendo ONGs conveniadas com a pasta.
O ex-ministro, que é presidente
licenciado do PDT, deve reassumir a presidência do partido em janeiro, segundo
Figueiredo. "Ele [Lupi] quer descansar... quando ele voltar, assume
naturalmente", explicou.
A posição, no entanto, não é unânime no
partido. O deputado Brizola Neto (RJ) defende que o PDT tenha outro
interlocutor com o Planalto, num momento em que devem ter início as negociações
sobre a sucessão na pasta do Trabalho.
"Não dá para o ex-ministro Carlos
Lupi tirar o paletó de ministro, ir em casa, tomar um banho, botar uma camisa
social e voltar ao Palácio como interlocutor do partido no governo. Acho que
essa reunião tem justamente essa função, da gente redefinir essa
interlocução", disse Neto.
O secretário-executivo do Ministério do
Trabalho, Paulo Roberto Santos Pinto, responderá pela pasta interinamente. É
possível que Dilma só escolha um substituto definitivo na reforma ministerial
prevista para o começo do próximo ano.
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