FILIPE COUTINHO
DE BRASÍLIA
O policial
militar João Dias Ferreira, que acusou um esquema de desvio de dinheiro no
Ministério do Esporte, foi solto após pagar fiança, depois ter agredido dois
servidores do governo do Distrito Federal e ter jogado R$ 159 mil no chão,
dinheiro que ele diz der propina de pessoas ligados ao governador Agnelo
Queiroz (PT), ex-chefe da pasta.
Segundo o
advogado de Ferreira, ele recebeu "inúmeras" propostas de pessoas
ligadas a Agnelo e, ontem, teria decidido aceitar para poder filmar a entrega
do dinheiro.
PM que delatou
fraude no Esporte é preso e advogado cita propina
O pagamento
seria um "cala-boca" para que o policial não falasse das
irregularidades no Ministério do Esporte e os desdobramentos do caso.
"Ele
recebeu ontem esse dinheiro na casa dele de pessoas que ele entende que sejam
do governo, como forma de 'cala-boca'. Ele resolveu então ir devolver o
dinheiro e foi na secretaria de Paulo Tadeu, que é quem ele entende que foi a
origem do dinheiro", disse o advogado de Ferreira, André Cardoso.
O policial foi
preso em flagrante na tarde desta quarta-feira, na sede do governo do DF, o
Palácio do Buriti. Ele foi detido após agredir uma assessora da secretaria de
governo, comandada por Paulo Tadeu --um dos principais aliados de Agnelo.
O dinheiro
jogado no chão durante a confusão está sendo periciado pela polícia.
Após ser solto
pela Polícia Civil, Ferreira será agora encaminhado à corregedoria da Polícia
Militar, que pode prendê-lo, já que um dos agredidos também é policial. Segundo
o advogado, ele filmou a entrega do dinheiro e o ocorrido nesta quarta-feira.
Ferreira é dono
de duas ONGS que desviou mais de R$ 3 milhões do Esporte, quando Agnelo era
ministro e também na gestão de Orlando Silva --que caiu após as acusações.
Durante a crise no Esporte, João Dias Ferreira centrou as acusações em Orlando
Silva, sem implicar diretamente Agnelo.
Segundo a
assessoria de Agnelo Queiroz, Ferreira agrediu duas servidoras da secretaria de
governo e que a motivação de Ferreira é "escusa".
"Quanto ao
secretário de governo, Paulo Tadeu, ele não se encontrava no Palácio durante o
episódio. A segurança do Palácio do Buriti abriu procedimento para apurar como
se deu o acesso de João Dias ao prédio. O governo do Distrito Federal também
vai apurar com que objetivos escusos o policial apareceu nesta tarde, de forma
despropositada, no Palácio do Buriti", diz a nota do governo.
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