Grupo entrou em conflito com o Batalhão
de Choque ao menos duas vezes.
Aumento de 6,5% na tarifa de ônibus foi
aprovado nesta sexta.
Katherine Coutinho
Do G1 PE
Manifestantes ficaram feridos durante
confronto com policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar no Centro do
Recife nesta sexta-feira (12). O protesto era contra o aumento da passagem de
ônibus na Região Metropolitana, votado e aprovado nesta sexta-feira na sede
Grande Recife Consórcio e Transporte.
A confusão começou em frente ao Fórum
Tomás de Aquino. Os agentes da PM lançaram bombas de gás para tentar conter os
manifestantes que furavam o bloqueio. “Desde o começo a polícia quis comandar o
percurso da gente. Chegou um ponto em que eles queriam que a gente fosse para
um lado e nós queríamos para o outro. Quando conseguimos driblar, eles
começaram a jogar bomba de gás. Atingiu idoso, criança, gente que não tinha nada
a ver", contou Roberto Leandro, coordenador do Diretório Acadêmico de
direito da Universidade Católica de Pernambuco.
Ferido no primeiro choque com a polícia,
o atendente Marcelo Diniz foi atingido, segundo ele, por estilhaços da bomba de
gás de pimenta. “Nosso objetivo era ir até o Grande Recife e ouvir da boca
deles a decisão do aumento, para então fazermos uma assembleia e decidir o que
faríamos do movimento. Só que a polícia não deixou e começou a jogar bomba,
tivemos que correr, é um absurdo”, reclamou Marcelo.
Muitos estudantes ficaram assustados e
saíram correndo. Pessoas que passavam pelo local também não entendiam o que
acontecia. "Eu vim aqui no Mercado de São José comprar algo para comer,
quando vi tudo fechando, gente correndo. Só ouvi os tiros e as bombas",
contou o aposentado José Arimateia, que se escondeu para fugir da confusão.
Depois de dispersados, os estudantes se
reuniram novamente na Faculdade de Direito, na Boa Vista. Após assembleia,
resolveram sair em passeata. “Nosso intuito é que a população se agregue ao
movimento, queremos fazer um ato pacífico”, disse Alesson Barbosa, presidente
da União dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco, momentos antes de o grupo
sair da faculdade e fechar a Rua Princesa Isabel.
Com o fechamento da via, policias do
Batalhão de Choque se aproximaram mais uma vez. O clima era de tensão. Parte
dos estudantes havia entrado em acordo com a polícia, para fazer uma caminhada
até a sede da Ordem dos Advogados do Brasil. A rua foi liberada apenas por
poucos minutos. A outra parte do grupo, que não queria ser escoltada mais uma
vez pela polícia, voltou a fechá-la.
O Batalhão de Choque dispersou novamente
a multidão com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para poder
liberar a rua. Muitos correram novamente para dentro da Faculdade de Direito.
Pedra foram jogadas na direção dos policiais. “Eu estava querendo ajudar,
estava de costas para o Choque quando fui atingido no braço. Estava do lado da
polícia, pedindo para o povo não jogar pedras e fui atingido. Isso não é
possível”, reclamou o estudante de história da Universidade Federal de
Pernambuco, Vagner Pereira de Oliveira.
A Polícia Militar informou que só vai se
pronunciar sobre os confrontos desta sexta-feira no final da tarde, se tudo
estiver resolvido. A utilização de balas de borracha e bombas de efeito moral,
ainda segundo a PM, vai de acordo com a necessidade da situação e a
agressividade constada.
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