A paralisação deve ocorrer caso o
Congresso não desengavete a PEC 300, que estabelece piso salarial nacional para
policiais
Fred Raposo, iG Brasília
A reboque do protesto que ocorre na
Bahia, associações de soldados e cabos em nove Estados ameaçam também entrar em
greve caso o Congresso Nacional não desengavete a tramitação da chamada PEC
300, que estabelece o piso salarial nacional para os policiais militares.
Os Estados considerados em “iminência”
de paralisação, segundo blogs que acompanham a greve dos policiais, são Rio de
Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Goiás, Distrito Federal,
Mato Grosso, Tocantins e Roraima.
“As greves têm 100% a ver com a
paralisação da PEC 300. Embora seja a última alternativa, existe sim a
iminência de que ela se alastre por outros Estados”, afirma o soldado Fernando
Almança, criador do blog pec300.com, e que atua em Cachoeiro de Itapemirim, no
Espírito Santo.
Além da Bahia, pelo menos nove outros
Estados já deflagraram greve nos últimos anos: Amazonas, Rondônia, Pará,
Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, e Rio de Janeiro.
O presidente da Câmara, Marco Maia
(PT-RS), nega que haja pressão sobre o Congresso para aprovar a PEC 300. “Não
podemos misturar uma coisa com a outra, são completamente diferentes”, disse
ontem o petista. “O tema da remuneração dos servidores públicos estaduais
precisa ser discutido nos Estados. Não podemos trazer de forma nenhuma esse
debate para o Congresso Nacional”.
Para o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ),
contudo, a indefinição sobre o piso salarial dos policiais pode levar a novos
levantes nos Estados. “Os policiais militares estão esperando para ver qual
será o desfecho da greve na Bahia”, diz Bolsonaro. “O confronto lá pode servir
de estopim para que PMs em outros Estados atuem em solidariedade aos colegas e
também entrem em paralisação”.
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