O Estado de S. Paulo
Os trabalhos da Comissão Parlamentar
Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a rede de influência comandada pelo
contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, nas esferas pública e
privada do País, devem ser concluídos até agosto. A informação é de Marco Maia,
presidente da Câmara, em conversa durante o Fórum de Comandatuba, na Bahia,
organizado por João Doria. “Quatro meses de CPI são suficientes, se o processo
for bem conduzido”, avalia Maia. De acordo com ele, a pauta dos trabalhos deve
ser apresentada pelo relator Odair Cunha na próxima quarta-feira.
Mas apesar da previsão otimista relativa
ao término das investigações, Maia se revela preocupado com o andamento da
CPMI. “Será explosiva”, acredita.
“Uma coisa são essas pessoas (os
acusados) dando depoimento à Polícia Federal, que é uma coisa fechada, outra é
uma investigação a portas abertas, como no Congresso. Vai haver contradições,
perguntas de todos os lados e detalhes que não estão nas investigações serão
revelados.”
Segundo o parlamentar, a principal
dificuldade relativa aos trabalhos será o montante de dados a analisar e de
suspeitos a ouvir. “É tanto nome que o jeito seria colocar em um pote e,
aleatoriamente, sortear um”, brinca. “Vamos conduzir os trabalhos em duas
linhas, a dos negócios em si e a dos contatos e de seus impactos nas esferas
pública e privada.”
Maia, porém, faz uma ressalva: a falta
de foco pode tirar a eficiência da comissão. “Atirar para tudo quanto é lado é
um bom jeito para que a CPI não dê em nada.”
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