Revoltados com as péssimas condições de
trabalho e com o assassinato de quatro PMs em 2013, policiais militares
decidiram fazer uma passeata contra o governo do estado na terça-feira(29). Os
policiais sairão às 15h da Praça da Bíblia com destino ao Palácio dos Leões,
onde pretendem entregar à própria governadora uma pauta com reivindicações. A
decisão foi tomada na noite de quinta-feira(24) em um encontro de mais de 200 PM’s
na Praça da Bíblia.
O capitão Chagas chegou a
sugerir a realização de uma paralisação por 6 horas no próximo dia 05 de novembro,
mas a categoria deixou para deliberar sobre o assunto após a passeata.
Em entrevista ao programa “Comando da
Noite”, na Rádio Voz do Maranhão online, Cabo Campos, um dos líderes dos
policiais, disse que a categoria não está satisfeita com o tratamento que tem
recebido do governo.
“O governo não cumpriu com promessas
acertadas durante a greve de 2011. Estamos reivindicando a Lei de Promoções, a
questão da carga horária e implantação do Código de Ética, em substituição ao
RDE. Além disso, vamos requerer a cautela de armas para o policial. Hoje,
depois do trabalho, o PM é obrigado a deixar a arma no quartel, voltando pra
casa, desarmado, correndo riscos, pois não tem porte de arma. Além disso,
sabemos que existem 4.600 pistolas, doadas pelo governo de São Paulo, que estão
ficando obsoletas, por falta de uso”, disse Campos.
Sobre os ‘bicos’, atividades
desenvolvidas por muitos policiais quando estão de folga, Campos disse que isso
é uma necessidade, diante da baixa remuneração que não é suficiente para cobrir
as despesas com a família.
Os policiais vão solicitar que a mesma
comissão que visitou os presídios e constatou péssimas condições de
funcionamento, visite, também, os quartéis da PM para verificar as condições
que são oferecidas aos policiais.
Campos lembrou que, em São Paulo, quando
um PM é assassinado, a família recebe até R$ 200 mil de indenização. Enquanto
no Maranhão, a família passa até três meses para começar a receber o valor da
pensão.
Na manhã de terça-feira, antes da
caminhada, lideranças dos PM’s vão entregar a pauta de reivindicações ao
Ministério Público, Tribunal de Justiça, Procuradoria Geral de Justiça e
Assembleia Legislativa.
Questionado sobre possíveis retaliações
por parte do Comando da PM e da Secretaria de Segurança, Campos mostrou que os
policiais estão determinados. “Sabemos que isso pode acontecer, mas a flecha foi
lançada. Não vamos recuar diante de qualquer ameaça”, finalizou Campos.
Fotos: Américo do Paço
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