Maranhão sem comando: em protesto contra insegurança, moradores interditam estrada de acesso à Raposa

O protesto foi iniciado às 5h da manhã de segunda-feira por moradores da Vila Boa Esperança, no município de Raposa. Clamam por segurança e por melhorias para o bairro

Cerca de 200 moradores da Vila Boa Esperança, nas proximidades da Clínica Ruy Palhano, interditam a rodovia de acesso à Raposa desde as 5h da manhã desta segunda-feira. O bloqueio é feito com a utilização de pneus e galhos de árvores. Para dificultar a passagem, principalmente de veículos, os manifestantes escavaram uma vala com cerca de 50 centímetros de profundidade.

Segundo moradores, a comunidade está cansada do descaso da prefeitura de Raposa, que abandonou a Vila Boa Esperança, além da falta de segurança.

A Raposa é um importante pólo produtor de pescado e a rodovia é a única via de acesso ao município, localizado na região metropolitana de São Luís. Com a interdição, o transporte de pescado está comprometido, com grande prejuízo ao comércio. Trabalhadores e estudantes são os maiores prejudicados. 

Um caminhoneiro que veio de Betânia/Ce, com cargas de produtos perecíveis, está parado no local desde as 5h da manhã, quando foi iniciado o protesto. "Estou aqui com fome, pois só almocei. Estou temendo perder a carga. Se a estrada não for liberada nesta madrugada, o jeito é retornar ao Ceará. A empresa responsável pela carga já está sabendo desse problema. Isso é lamentável", diz o caminhoneiro.

Até o momento, o prefeito da Raposa se recusa ir ao local do protesto para negociar com os manifestantes. Por sua vez, o governo do estado ignora o problema. Por essa omissão dos governantes, quem leva a pior é o cidadão que precisa ir ou voltar do município.

Impedidos de passar, os ônibus que fazem linha estão deixando passageiros nos proximidades da Vila Pirâmide. Dali em diante, até a Raposa, as pessoas estão seguindo a pé. Devem caminhar por toda a madrugada.

Cerca de cinco viatura da polícia militar permanecem no local, mas os policiais apenas observam a movimentação, pois não têm ordem do comando para utilizar a força para desobstruir a via.