Gilberto Lima
Alexandre Soares |
Finalmente, na noite de segunda-feira(03), depois de quase um mês do
assassinato do advogado Brunno Matos, encontrei-me com seu irmão Alexandre, 24
anos, sobrevivente dos ataques covardes na manhã do dia 06 de outubro, ao fim
da festa de comemoração da vitória de Roberto Rocha, no Olho D´Água.
Ao ver o irmão sendo atacado a golpes de faca, Alexandre correu para intervir,
mas também foi golpeado. Brunno morreu no local do ataque. O amigo Kelvin, que
também tentou intervir, foi golpeado, ficando com a faca cravada nas costas.
Alexandre conseguiu escapar da morte,
depois de perder parte do intestino, o baço e o apêndice. Passou alguns dias na
UTI, mas já está de volta ao convívio familiar, onde tenta suportar a dor da
perda do irmão ao lado dos pais Rubem Soares e Esmeralda. Pude sentir de perto o tamanho da dor e do
vazio com a perda do jovem advogado. A todo instante, choram e clamam por justiça.
“Não vamos descansar enquanto não se
fizer justiça. Meu filho era do bem. Não merecia isso. Mesmo que queiram
proteger alguém, a verdade vai prevalecer. Tenho como mostrar a verdade. Vou
aguardar apenas a conclusão do inquérito”, diz o pai Rubem Soares, que não
consegue conter as lágrimas ao lembrar do filho.
Alexandre
Mattos reafirma tudo o que já falou em depoimento à polícia. Ele não tem
dúvidas quanto ao autor das facadas que tiraram a vida de Brunno e que o deixaram à
beira da morte. Sem titubear, diz que o autor do crime foi o DJ Diego Polari.
“Só não tenho certeza quanto a quem
atacou o Kelvin, que ficou com a faca cravada nas costas, mas quanto aos
ataques ao Bruno e a mim, reafirmo que foi o Diego”, diz o jovem Alexandre que
vai carregar para o resto da vida a marca do ataque: uma enorme cicatriz no
abdômen. Mesmo aparentando boa recuperação, Alexandre sente dores constantes e
faz uso de vários medicamentos.
Os dias da família não têm sido fáceis,
como revela Rubem Soares. “É difícil aceitar tudo isso. O vazio e a dor
poderiam ser maior se tivéssemos perdido também o Alexandre. Aí seria nosso
fim. Procuramos forças para segurar o choro constante. Acredito que cada um se
isola para chorar. Ainda não conseguimos nos alimentar direito. Está sendo
muito difícil, mas buscamos forças para superar esse momento de dor. Nossa luta
constante é por justiça”, diz Rubem Soares, sem conseguir esconder a emoção e o
choro.
O blog vai continuar acompanhando sempre
essa luta para que esse crime bárbaro não fique na impunidade. Esperamos que as
novas investigações cheguem ao(s) verdadeiro(s) autor(es) dessa barbárie. Que
não haja quaisquer tentativas de proteção a quem quer que seja.
Alexandre, fico feliz em te ver
recuperado e procurando consolar sempre seus pais, neste momento difícil para
toda a sua família. Tenha a certeza que estarei sempre junto, nessa luta por
justiça. Brunno vive eternamente no coração de vocês e de seus amigos.
Esse
crime não ficará na impunidade!
Força e fé!
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