terça-feira, 4 de novembro de 2014

Um encontro com Alexandre Soares, irmão de Brunno Matos e sobrevivente de ataques covardes

Gilberto Lima

Alexandre Soares
Finalmente, na noite de segunda-feira(03), depois de quase um mês do assassinato do advogado Brunno Matos, encontrei-me com seu irmão Alexandre, 24 anos, sobrevivente dos ataques covardes na manhã do dia 06 de outubro, ao fim da festa de comemoração da vitória de Roberto Rocha, no Olho D´Água. Ao ver o irmão sendo atacado a golpes de faca, Alexandre correu para intervir, mas também foi golpeado. Brunno morreu no local do ataque. O amigo Kelvin, que também tentou intervir, foi golpeado, ficando com a faca cravada nas costas.

Alexandre conseguiu escapar da morte, depois de perder parte do intestino, o baço e o apêndice. Passou alguns dias na UTI, mas já está de volta ao convívio familiar, onde tenta suportar a dor da perda do irmão ao lado dos pais Rubem Soares e Esmeralda.  Pude sentir de perto o tamanho da dor e do vazio com a perda do jovem advogado. A todo instante, choram e clamam por justiça.

“Não vamos descansar enquanto não se fizer justiça. Meu filho era do bem. Não merecia isso. Mesmo que queiram proteger alguém, a verdade vai prevalecer. Tenho como mostrar a verdade. Vou aguardar apenas a conclusão do inquérito”, diz o pai Rubem Soares, que não consegue conter as lágrimas ao lembrar do filho.

Brunno Matos
Alexandre Mattos reafirma tudo o que já falou em depoimento à polícia. Ele não tem dúvidas quanto ao autor das facadas que tiraram a vida de Brunno e que o deixaram à beira da morte. Sem titubear, diz que o autor do crime foi o DJ Diego Polari.

“Só não tenho certeza quanto a quem atacou o Kelvin, que ficou com a faca cravada nas costas, mas quanto aos ataques ao Bruno e a mim, reafirmo que foi o Diego”, diz o jovem Alexandre que vai carregar para o resto da vida a marca do ataque: uma enorme cicatriz no abdômen. Mesmo aparentando boa recuperação, Alexandre sente dores constantes e faz uso de vários medicamentos.

Os dias da família não têm sido fáceis, como revela Rubem Soares. “É difícil aceitar tudo isso. O vazio e a dor poderiam ser maior se tivéssemos perdido também o Alexandre. Aí seria nosso fim. Procuramos forças para segurar o choro constante. Acredito que cada um se isola para chorar. Ainda não conseguimos nos alimentar direito. Está sendo muito difícil, mas buscamos forças para superar esse momento de dor. Nossa luta constante é por justiça”, diz Rubem Soares, sem conseguir esconder a emoção e o choro.

O blog vai continuar acompanhando sempre essa luta para que esse crime bárbaro não fique na impunidade. Esperamos que as novas investigações cheguem ao(s) verdadeiro(s) autor(es) dessa barbárie. Que não haja quaisquer tentativas de proteção a quem quer que seja.

Alexandre, fico feliz em te ver recuperado e procurando consolar sempre seus pais, neste momento difícil para toda a sua família. Tenha a certeza que estarei sempre junto, nessa luta por justiça. Brunno vive eternamente no coração de vocês e de seus amigos. 

Esse crime não ficará na impunidade!


Força e fé!

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